Dr .Drauzio Varella vem conversar diretamente com as pessoas que o acompanham – seja na TV ou nas redes sociais – sobre sua participação na matéria do Fantástico veiculada no dia 1 de março. Assista ao vídeo abaixo.
No vídeo, Drauzio explica o ocorrido e aproveita para pedir desculpas a família do menino que foi vítima de estupro e assassinato cometido por Suzy.
“Eu estou aqui para dar uma satisfação para todos aqueles que me acompanham. No último domingo (8) foi revelado para o País, inclusive para mim mesmo, o crime cometido por uma das entrevistas na matéria que apresentei no Fantástico no dia primeiro de março. É um crime que choca a todos nós.
Escrevi uma nota em que fui sincero ao dizer que não entrei na cadeia como juiz, e sim como médico. Ser médico orienta o meu olhar em todas as situações, não só quando estou atendendo pacientes. Faço isso há mais de 50 anos, seja nos consultórios, na cadeia, nos livros que escrevi, na televisão, nos jornais e na internet.
Posso imaginar a dor e peço desculpas a família do menino que foi involuntariamente envolvida no caso.
Na matéria em questão o foco era mostrar as condições em que vivem as transexuais presas. As estatísticas oficiais indicam que a imensa maioria delas está preso por roubo e furto. A maneira pela qual a Suzy foi apresentada deu a entender que ela fazia parte desse grupo majoritário. Por isso entendo a frustração de quem se decepcionou comigo.
Ali, aconteceu o seguinte: eu terminei a entrevista, que foi uma entrevista longa, e ela ficou de cabeça baixa. No fim, perguntei há quanto tempo ela não recebia visitas e ela disse: ‘há 7 ou 8 anos’. Eu ainda disse para ela: solidão, né, minha filha. E nessa hora ela se virou para mim com um olhar tão triste que me comoveu e eu dei um abraço nela.
Para quem acha que eu errei, desculpa. Mas esse é meu jeito. Eu lamento, mas assumo totalmente a responsabilidade negativa que o caso teve. Eu gostaria de dizer claramente, sem nenhuma chance que eu volte atrás no futuro, que eu nunca fui e nunca serei candidato a nada. As pessoas que estão explorando politicamente esse caso podem ficar tranquilas.”