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Enzo sobre Marquezine: 'Na pandemia não tem como fazer nada'

Enzo Celulari fala sobre trabalho social na pandemia e o pai, Edson, diz estar “quase explodindo de orgulho”

Empreendedor social, Enzo Celulari está trabalhando como nunca na pandemia. Passando um período na casa do pai Edson Celulari, no Rio, ele se divide entre ele e a mãe Claudia Raia, que mora em São Paulo. Confira a entrevista com pai e filho.

Enzo e Edson Celulari - Foto: Divulgação

GQ: Você está na casa do seu pai no Rio, mas você mora em São Paulo. Como vocês têm feito para cumprir o isolamento, mas se encontrarem?

Edson: O segredo é um remédio chamado Dutra, conhece [risos]? Nunca a Dutra (Rodovia Presidente Dutra) foi tão usada. Vários colegas que têm trabalho ou família em São Paulo, estão usando esse meio de transporte, o mais seguro.

GQ: Enzo, como você fez? Que cuidados tomou?

Enzo: Os de sempre, eu venho me cuidando muito desde o começo da quarentena, não tenho saído de casa pra nada, só para ver meu pai e minha mãe.

Edson: Qual é a palavra mágica?

Enzo: Protocolo (risos)! As poucas vezes em que tenho saído de casa não é para lidar com pessoas, mas sim com alimentos, para ajudar quem precisa.

GQ: O que você, Enzo, que é um empreendedor social, tem feito neste sentido?

Enzo: A gente tem um conjunto de iniciativas sociais que se chama Dadivar e no começo da pandemia estávamos meio sem orientação, sem saber quanto tempo iriamos ficar convivendo com isso. Aí pensamos junto com a agência Suba na construção do movimento Ao Vivo pela Vida, que começou com um festival de lives digitais de conteúdos diversos. Foi um programa de três dias e esse movimento ganhou tamanha proporção que estendemos ele, ainda sem prazo para terminar; óbvio, por causa da pandemia. Toda a arrecadação das lives e agora com um bazar que está no ar, é revertida para a saúde pública e para quem está passando fome neste momento. Entregamos pratos de comida para quem precisa. Já arrecadamos mais de R$ 1,3 milhão para as duas causas e seguimos nessa luta, que é incansável, porque tem muita gente precisando de ajuda e os números só crescem. Também teremos um leilão no futuro, tudo está dentro do aplicativo da ame digital, alguns desdobramentos que seguem estimulando as pessoas a doarem pra essas duas frentes. 

GQ: O que você, Enzo, tem aprendido com esse trabalho na pandemia?

Enzo: Estamos aí, tentando prezar pelos propósitos nas empresas, fazendo com que as pessoas entendam a necessidade de olhar pro outro, acho que esse momento vem nos ensinando muito isso, algo em que a gente já vinha apostando antes e que acelerou. Nessa pandemia, a gente está vendo o quão solidário é o brasileiro e muita gente não sabe disso. Existe esse potencial, falta o olhar não só para o individual, falta empatia. O que a gente tenta estimular.

Edson: Olha, eu quero dizer que eu estava aqui quase explodindo de orgulho de tudo isso que ele estava falando, de todo o trabalho dele. Uma coisa incrível é ver que ele é independente há muito tempo e acho que um fator importante é você criar um filho para que ele tenha a opinião dele sobre a vida e sobre o mundo e tomar as iniciativas que ele queira tomar. Desde cedo ele decidiu ir por este caminho e está indo muito bem. Só enche a gente de orgulho.

GQ: Edson, você está ajudando de alguma forma no trabalho do Enzo nesta pandemia?

Edson: Participando um pouco quando ele me chama.

Enzo: Imagina! Ele ajuda super! Fala da comida, faz vídeo. Foi um âncora importantíssimo para o Ao Vivo pela Vida.

GQ: E como vocês fazem para manter a rotina na pandemia?

Edson: Não dá para só usar pijama na pandemia, eu me nego, porque o ritual de dormir é você colocar o pijama. Outro dia eu vi o Caetano (Veloso) com a Paula (Lavigne) umas duas ou três vezes de pijama em casa. Eu digo: ‘Meu pai! Mas é baiano mesmo’. Pra ele aquilo não importa, mas pra mim tem que ter o ritual para dormir de colocar o pijama.

Enzo: Eu também, claro que tem várias roupas que estão no armário há bastante tempo sem usar. Eu não cheguei no nível de vestir um terno dentro de casa como o meu pai [risos], que vestiu um para o jantar de Dia dos Namorados.

Edson: A luz de velas! Foi todo caprichado (Edson é casado com a atriz Karin Roepke).

Enzo: Eu estou sempre em reunião, então às vezes tenho que me arrumar mais, mesmo dentro de casa, até para mudar um pouco. É uma mudança, o trocar de roupa virou um evento hoje [risos].

GQ: Por falar em Dia dos Namorados, Enzo, eu vou ter que perguntar da hashtag #BruEnzo (torcida na internet para que ele e Bruna Marquezine formem um casal).  

Enzo: Não, não tem nada pra falar disso.

Edson: Do quê?

Enzo: #BruEnzo

Edson: Ah! #Bruenzo (rindo)

GQ: Só amigos?

Enzo: Só amigos.

GQ: Mas, se depender da torcida, vocês vão deixar de ser só amigos.

Enzo: Vamos ver, na pandemia não tem nem como fazer nada, vamos ver como vai ser.

GQ: Você (Enzo) está solteiro na pandemia?

Enzo: Sim e tem sido maravilhoso, nunca trabalhei tanto, tudo ótimo, um tempo comigo mesmo, de autorreflexão, para evoluirmos todos nessa quarentena e sairmos melhores, ou pelo menos não dar passo pra trás, o que já é um desafio pra muita gente. Acho que estar bem com você mesmo nunca foi tão importante e que isso é um divisor de águas na vida de muita gente. Isso é essencial para você estar bem com outra pessoa, e é o que eu tenho exercitado e praticado. Tem uma coisa da carência, de precisar se apoiar em alguém e eu acho que isso é ilusório. Você tem que estar bem com você mesmo e, se for para estar com alguém, que seja uma pessoa bacana. É lógico que esse encontro tem que funcionar, mas que seja alguém que te complemente e não que supra algo que você não consegue ter sozinho. Acho isso um equívoco.