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Eterno Beiçola relata dificuldades e diz que precisa de R$ 5 mil

O ator vive em Botafogo, no Rio, sozinho. “Não tenho família, não tenho ninguém para me encostar”

Marcos Oliveira avisa: precisa de emprego para pagar as contas. O ator de 65 anos, famoso por ter vivido por mais de uma década o Beiçola do seriado 'A Grande Família', atualmente sendo reprisado na Globo e no Canal Viva, está longe da televisão desde Deus Salve o Rei, ano passado, e, entre um projeto e outro de teatro, recorre aos amigos. "Artista só tem valor quando é jovem, artista velho vira bagulho, e eu não sou bagulho", desabafou Marcos em entrevista.

O ator vive em Botafogo, no Rio, sozinho. "Não tenho família, não tenho ninguém para me encostar", diz ele, que começou a fazer teatro nos anos 1960. "Sobrevivo da ajuda dos amigos", conta Marcos - nesta quarta-feira (13), um deles, Thony Di Carlo, postou um vídeo no Facebook, explicando a situação delicada em que o ator se encontra e informando seus dados bancários para doações.

"Tem uma hora que fica humilhante pedir ajuda", confessa Marcos, explicando a situação financeira em que se encontra. Para pagar todas as suas despesas, ele precisa de R$ 5 mil por mês. Em julho, o ator conseguiu fechar as contas, já que ainda recebeu pagamentos por alguns trabalhos - além de seus espetáculos, ele faz participações e presenças em eventos. Em agosto, ainda não sabe como fará. "Paguei a água, o gás e a luz, só", avisa. 

"Em setembro estreio no interior de São Paulo com minha peça Evolução, mas só vou receber em outubro. Até lá tenho que me virar", conta Marcos, que tem outro projeto, para os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, que diz ainda não poder dar mais detalhes. "Meu padrão de vida mudou, e eu tenho que acertar a minha vida. Preciso mudar daqui. O condomínio é R$ 1,7 mil e tem várias coisas que eu não uso, tem garagem que não posso alugar (sublocar)", explica. 

Contratado por obra na Globo, ele diz que o dinheiro de um trabalho como Deus Salve o Rei o ajuda a se manter por mais um tempo após sair do ar. "O problema é que o tempo passa", desabafa, revelando que tem pouco contato com pessoas que poderiam ajudá-lo a voltar ao ar. "Não sei de mais nada", diz ele, que afirma ter recebido R$ 600 de direitos de imagem pela reexibição de A Grande Família.

Marcos assume que ganhou muito dinheiro na época da série com Marcos Nanini e Marieta Severo, mas acabou gastando mais do que podia. "Tive um problema de saúde sério de uma fístula, precisei de home care, empregados para me ajudar...", lembra.

Sem plano de saúde, o ator diz que sua prioridade é "lutar pela sobrevivência até dezembro". Ele pensa em, como outros humoristas veteranos, seguir o caminho da internet. "Não entendo nada de tecnologia, nem no meu Instagram sei mexer. Mas um amigo vai me ajudar a fazer (um canal) no YouTube, mostrar meus personagens", conta Marcos.

"Eu não nasci na televisão, as pessoas é que fantasiam que a minha vida é a televisão. Mas a minha realidade é o teatro. Só que a cultura nesse país, hoje, está acabando", criticou o veterano. "Era para estar rico, mas minha situação de vida é carregar pedra. Não estou reclamando, ninguém tem obrigação de me sustentar", avisa. "Só quero dar continuidade ao meu trabalho, porque eu vou trabalhar até os meus últimos anos de vida", afirmou Marcos.