Evaristo Costa, 44 anos, ainda está chateado com a forma como se deu sua saída da CNN Brasil. O ex-apresentador do CNN Séries Originais revelou na semana passada que ficou sabendo que seu programa não estava mais na grade ao ver uma chamada da programação no ar. Ao questionar o fato, soube que estava tendo seu contrato encerrado com mais de um ano de antecedência.
"Eles foram extremamente deselegantes e despreparados durante o distrato", afirma o jornalista. "Fui surpreendido por quem não esperava, considero uma sabotagem. Mas quem levou o tiro no pé pela atitude desrespeitosa foram eles mesmos."
Desde que contou que foi dispensado após ligar para entender o que estava acontecendo, o ex-apresentador do Jornal Hoje (Globo) recebeu o apoio de internautas famosos e anônimos. Procurada, a CNN Brasil diz que propôs ao profissional outros modelos de atuação, mas que ele não aceitou, e que cumpriu com todas as obrigações do fim do contrato. "A emissora considera que o episódio está superado e deseja a Evaristo sucesso em sua carreira", diz nota.
"Agradeço o carinho de milhares de pessoas que se identificaram com o que passei", diz o jornalista. "Quem é demitido se sente mal em expor a verdade. Mostrei às pessoas que ninguém está livre de ser demitido. O questionável é a forma. Ninguém mais aceita desrespeito. Empresas competentes cuidam bem da sua reputação."
Costa afirma que a emissora tentou convencê-lo a anunciar que a rescisão do contrato como sendo uma decisão mútua. "Durante as tentativas de negociação, eles insistiram várias vezes para que eu anunciasse de forma conjunta à imprensa que foi um distrato de comum acordo e, claro, não aceitei a mentira", diz. "Chegaram até a me enviar o texto que queriam divulgar."
Porém, ele não aceitou a oferta. "Eu optei pela verdade", conta. "Faltavam 15 meses ainda quando fui surpreendido. Não foi em comum acordo. A CNN foi totalmente despreparada."
Tratamento
Ele reclama da diferença entre a forma que foi tratado quando o convidaram para trabalhar lá e o modo como se deu sua saída. "Na hora de me contratar, aceitaram todas as minhas exigências, com carpete vermelho, e na hora de me dispensar me chutaram pelas porta dos fundos sem qualquer consideração ou justificativa."
"Não fui eu que pedi para trabalhar lá, eles vieram insistir diversas vezes aqui em Cambridge [na Inglaterra], onde vivo", continua. "Mas eu honrei com tudo que prometi. Não questiono a demissão, questiono a forma como ela se deu."
Ele também diz que não tem planos de voltar ao comando de nenhum programa de TV no momento. "Quanto ao meu futuro, estou feliz e grato como garoto-propaganda de várias marcas que confiam na minha imagem e sigo na Inglaterra com meu sabático, que foi interrompido pela CNN", afirma.