Filho adotivo detalha supostos abusos sexuais cometidos por Cid Moreira

Filho de Cid Moreira detalha supostos abusos cometidos pelo pai | Reprodução internet

Roger Naumtchyk, filho adotivo do jornalista Cid Moreira, relatou em uma entrevista à Veja detalhes dos supostos abusos cometidos por seu pai. Ele tinha 14 anos quando foi morar com o ex-apresentador do Jornal Nacional, que faleceu no dia 3 de outubro por falência múltipla dos órgãos.

A idade para a residência do jornalista foi através de Maria Ulhiana Naumtchyk, então esposa do Cid. Nas acusações, o rapaz afirma que os abusos começaram logo no início da convivência.

ACUSAÇÕES NÃO SÃO DE AGORA

As acusações de Roger não são de hoje, inclusive seu pai sempre negou em vida que os abusos tivessem acontecido, e declarou que o filho estava o “perseguindo” e “criando histórias falsas”. O rapaz contou que na época não tinha consciência de que estava sendo abusado, e que passou a entender o fato apenas depois.

NÃO ENTENDIA A SITUAÇÃO

“Nessa época, para mim, aquilo não era estupro ou assédio. Não considerava um abuso, nem imaginava o que era aquilo. Só agora, mais recente, entendi que fui abusado. Um tipo de estupro”, desabafou.

“Depois de uns dois meses morando com ele, voltando para dentro de casa, me deparei com ele fora da sauna completamente nu. Aquela situação me deixou em choque, a gente está falando em 1990. Eu era ingênuo em relação a isso. Subi logo ao escritório. Pouco tempo depois ele começou a dar uns gritos na sauna e desci correndo, achei que ele tivesse se machucado. E aí vi que ele estava se masturbando”, contou.

FUNCIONÁRIOS SABIAM

O cabeleireiro contou também que depois descobriu que o fato era recorrente, e que todos os funcionários sabiam que o pai estava se masturbando. “Algum tempo depois, comecei a fazer a sauna com ele a seu pedido. Era 24 horas com ele, se ele ia para a Globo, eu ia também. Eu era sua sombra, considerado o carregador de malas, na Globo falavam que eu era ‘garotão do Cid’. Mas ele me tratava como filho. Até que um dia, nessas saunas, ele pediu para que eu passasse a ajudá-lo na masturbação”.

DETALHES

Em seu desabafo, Roger conta que na época não sabia que a situação era abusiva, para ele, para se tratar de um abuso precisava haver penetração. “Para mim, o fato tinha que ter penetração. Não imaginava que aquilo ali já se concretizava um abuso sexual. Estava tão condicionado com aquilo, que não me machucava, não me violentava, eu bloqueava”, continuou Roger.

Os abusos não tinham uma frequência exata, podiam acontecer qualquer dia, ou não acontecer. “A gente sempre ficava no mesmo quarto [de hotel]. E nunca iam desconfiar. Se o filho é teu, é normal. Agora, se ficar no quarto com um garoto de 15 anos, pode gerar uma desconfiança. Era assim”, relatou.