A Netflix conquistou 7,41 milhões de novos assinantes entre janeiro e março deste ano, chegando a um total de 131,2 milhões.
A notícia divulgada nesta quarta-feira (18) fez a alegria dos investidores da bolsa eletrônica NASDAQ: a ação da empresa subiu 9,19% e fez de seu fundador e CEO, Reed Hastings, um dos maiores ganhadores no pregão do dia, com um lucro de US$ 265 milhões (R$ 900,2 milhões) no papel.
Hastings tem pouco mais de 1% do capital social da Netflix, cujo valor de mercado é de US$ 145,8 bilhões (R$ 495,3 bilhões), e sua fortuna é avaliada atualmente em US$ 3,5 bilhões (R$ 11,9 bilhões), em torno de US$ 800 milhões (R$ 2,7 bilhões) a mais do que a soma que ele possuía no começo do ano. Além disso, o empresário embolsa mais de US$ 20 milhões (R$ 69,7 milhões) por ano entre salário e bônus, o que o torna um dos executivos mais bem pagos dos Estados Unidos.
Fica a pergunta: como, afinal, ele gasta o dinheiro que fatura graças ao sucesso da gigante do streaming, que aposta cada vez mais na produção de conteúdo próprio para atrair novos clientes e anda assustando até alguns poderosos de Hollywood?
Imóveis
Com tanta grana, faria sentido manter residências ao redor do mundo, certo? Talvez para muitos bilionários, mas no caso de Hastings ele tem só uma: a casa onde mora com a mulher, Patricia Ann Quillin, e os dois filhos deles em Santa Cruz, na Califórnia. Não se trata, no entanto, de uma propriedade nababesca, mas sim de um pied-à-terre que em nada destoa da paisagem do condado californiano, habitado principalmente por famílias de classe média alta e por aposentados.
De luxo mesmo só o quintal avantajado, que é mais usado pelos quatro cachorros resgatados de abrigos deles, além de cinco galinhas e duas cabras anãs importadas da Nigéria que produzem até queijo.
Viagens
Hastings se dá de presente seis semanas de descanso por ano. Sempre que possível, ele viaja em família, mas também não se esquiva de se aventurar sozinho de vez em quando. O executivo adora esquiar e há alguns anos até quebrou uma perna praticando o esporte.
Ele também sempre cita essas pausas quando é questionado sobre como conseguiu transformar a Netflix em um potência, uma vez que costuma ter grandes ideias justamente nesses momentos de ócio.
Transporte
Como hoje é um dos executivos mais famosos do mundo, Hastings tem seu próprio jatinho para evitar as multidões em aeroportos. O avião dele é um G550, um dos mais modernos produzidos pela americana Gulfstream, com capacidade para atingir 941 km/h, que tem até cama e não sai da fábrica por menos de US$ 42 milhões (R$ 142,7 milhões).
Apesar de ser provavelmente o maior luxo do empresário, ele dá um jeito de escapar dos altos custos de manutenção alugando a aeronave para a Netflix, que banca suas viagens de trabalho. Como ninguém é de ferro, Hastings também tem uma quedinha por Porsches, principalmente os mais antigos, e tem na garagem alguns modelos da marca alemã.
Filantropia
Apesar de levar uma vida relativamente modesta em comparação com outros membros do clube dos dez dígitos, Hastings não é mão fechada quando o assunto é a ajuda ao próximo. A prova disso ele criou em 2016 um fundo no qual depositou US$ 100 milhões (R$ 339,7 milhões) do próprio bolso para investir na educação de crianças americanas ao longo dos anos.
Membro do The Giving Pledge, programa criado por Bill Gates que reúne um grupo de ricaços dispostos a investir metade de suas fortunas em causas sociais ao longo de suas vidas, ele é forte defensor da ideia de que o sistema de ensino tradicional precisa de mudanças drásticas para preparar os mais jovens para o futuro. E isso, claro, sem contar aquela assinatura vitalícia da Netflix que ele deu de presente para Silvio Santos em 2015.
investimentos
Apesar de se declarar como uma pessoa sem qualquer tipo de hobby, Hastings gosta de brincar de investidor na bolsa. E olha que ele geralmente se dá bem, tanto que em 2012 – quando o Facebook ainda apanhava no mercado de capitais – o executivo comprou o equivalente em US$ 1 milhão (R$ 3,4 milhões) em ações da rede social número um do planeta, justo quando todo mundo apostava que o negócio cofundado por Mark Zuckerberg estava fadado ao fracasso. Resultado: Hastings manteve o investimento, que hoje vale mais de US$ 8 milhões (R$ 27,2 milhões), e não raramente costuma se gabar por isso em conversas privadas com os amigos.