
Claudia Leitte, 44, tornou-se alvo de uma denúncia que levou o Ministério Público da Bahia a realizar, no dia 27, uma audiência pública. O inquérito civil foi aberto para investigar a possível prática discriminatória da cantora ao alterar a letra da música "Caranguejo", substituindo a menção a "Iemanjá" por "rei Yeshua".
sobre a ação movida contra a cantora
Iyalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axè Abassa de Ogum, moveu a ação em parceria com o Idafro (Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras). "Nosso processo não é só contra essa mulher branca, mas também para repudiar essa forma tão perversa de querer nos matar.", afirmou Jaciara em conversa exclusiva com Splash.
“[A atitude de Claudia] foi de uma ignorância muito grande. É uma falta de afeto com a humanidade. Essas pessoas estão com algum problema espiritual, ou realmente não sabem o que é ser um humano”, declarou Iyalorixá Jaciara Ribeiro.
Segundo Jaciara, a modificação feita na canção pela cantora representou um desrespeito à comunidade religiosa. "Há muita fake news e pessoas que usam esse momento para se promover. Mas, no meu caso, não é muito confortável colocar a minha cara de mulher preta, do candomblé, dizendo que eu quero esse respeito. A violência vem de todas as formas."
Eu diria para Claudia Leitte que sinto muito pela forma equivocada como ela está lidando com a fé dela, porque ninguém pode reafirmar a sua fé apagando a dos outros. (Iyalorixá Jaciara Ribeiro)
A promotora Lívia Sant'Anna Vaz ficou responsável por analisar a denúncia. "Por enquanto, o inquérito apura a responsabilidade civil. Existem duas possíveis medidas principais: a proibição da repetição do ato e a reparação do dano moral coletivo. Ainda não é discutida responsabilidade penal", esclareceu a promotora a Splash.
A equipe da cantora Claudia Leitte foi procurada por Splash, mas ainda não obteve resposta, o espaço segue aberto. Caso haja manifestação da artista sobre as falas de Iyalorixá Jaciara Ribeiro, a matéria será atualizada.