Investigada pelo Ministério Público Federal (MPF) por suposta prática de tráfico internacional de crianças e adolescentes para fins sexuais, a cantora MC Mirella tem um perfil voltado para crianças e adolescentes no Instagram, com 73 mil seguidores. Na rede social criada para segmentar seus cliques de acordo com o público — no perfil principal, com mais de 10 milhões de seguidores, ela compartilha muitas poses sensuais —, a cantora posta fotos com roupas mais comportadas e cenas de carinho com fãs mirins. A postura da funkeira com esse mesmo público, no entanto, já foi alvo de polêmica, ao gritar em frente a uma escola: "Estudar não dá em nada".
O conselho foi dado por Mirella durante uma visita a sua antiga escola em São Caetano do Sul, na Região Metropolitana de São Paulo. Em cima do capô de um carro, a cantora foi gravada rebolando e gritando aos estudantes: "Gente, não estudem. Estudar não dá em nada. Falando a verdade para vocês, nem percam o tempo de vocês". Após as imagens viralizarem, porém, Mirella postou uma retratação na internet: "Vocês precisam ser independentes o mais rápido possível, pra ter as coisas de vocês, estudem sim, trabalhem, arrumem algo que gostem pra fazer e se apaixonem pelo que fazem todos os dias um pouco mais (comigo é assim). Melhor coisa, juro". E ainda sugeriu abrir uma seleção entre estudantes com notas altas e aspiração de se tornarem cantores de funk para amadrinhar um deles.
A carreira de MC Mirella tem marcas pessoais positivas, que também já foram convertidas em ações elogiadas. Uma das funkeiras mais seguidas no Instagram e com um clipe que tem 92 milhões de visualizações — "Quer mais?", disponível no canal da MC Pocahontas, com quem gravou o hit —, ela já convocou fãs e amigos a ajudarem um senhor humilhado em um supermercado no final de março deste ano. Vanderlei, como foi identificado, tentou furtar um pacote de linguiça, mas foi flagrado pela dona do estabelecimento, em Matinhos, no litoral do Paraná, e levou até um tapa no rosto. O idoso, porém, alegou estar passando fome.
Ao ter conhecimento do caso, que viralizou através de vídeos na internet, Mirella pediu que seus fãs localizassem o idoso, o visitou em casa e mostrou a situação em que Vanderlei vivia. Depois disso, organizou uma vaquinha com o objetivo de doar R$ 30 mil para ele, mas conseguiu R$ 74.938,98 até o momento. "Julgam tanto o funk, mas meu movimento ainda vai ajudar muitas famílias, jovens e animais no mundo inteiro. Como eu disse: vamos reconstruir o Brasil com uma sociedade mais humanitária. Obrigada a todos que estão apoiando! É por uma boa causa! 16 horas de estrada mas valeu muito a pena. Parei pra ver com meus próprios olhos e é um alívio saber que vamos conseguir ajudar quem tanto precisa! Obrigada a todos!!!", postou no Instagram.
A funkeira também já brigou pelas redes sociais com a socialite Day McCarthy, a mesma que fez ataques racistas à Titi, filha dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank.
Denúncia foi feita na internet
O Ministério Público Federal (MPF) instaurou uma investigação sobre a participação da funkeira MC Mirella em suposta prática de tráfico internacional de crianças e adolescentes para fins sexuais. Há cerca de uma semana, no último sábado, uma jovem de 17 anos relatou, nas redes sociais, uma suposta conversa com a cantora, que teria ocorrido em novembro de 2017, quando ela ainda tinha 16 anos. No diálogo, Mirella teria oferecido até R$ 5 mil para que a adolescente passasse um final de semana "com um amigo", identificado como um empresário do Paraguai. A artista, de 21 anos, com mais de 10 milhões de seguidores no Instagram, classificou as acusações como "um absurdo", mas confirmou a existência da conversa. Procurada pelo EXTRA, a assessoria da cantora afirmou que MC Mirella não dará mais declarações sobre o caso e que resolverá a questão juridicamente.
Por meio de um vídeo, porém, a MC publicou em suas redes sociais oficiais uma nota de esclarecimento. A funkeira considerou as acusações como inverdades e disse não ter nada contra quem adota práticas como as que ela estava sendo acusada — aliciamento de menores de idade. Por meio de assessoria, a cantora esclareceu que se referia a "não se intrometer na forma em que as pessoas ganham a vida". "Eu não tenho nada contra quem faz esse tipo de coisa que você me acusou e não julgo a vida de ninguém", afirma Mirella.
A funkeira prossegue dizendo que não deseja mal à adolescente, mas alega que não sabia que ela era menor de idade.
Segundo a MC, a adolescente estaria tentando ganhar fama com a denúncia. Mirella também questiona o fato de caso vir à tona após quase dois anos. A funkeira diz que a jovem terá de provar as acusações. A cantora finaliza o esclarecimento afirmando que também já foi contratada pelo homem para fazer uma presença VIP, de cunho apenas profissional, mas não pôde comparecer. No vídeo, os comentários foram bloqueados, após repercussão negativa.