"As pessoas falam italiano muito bem aqui", brincou, bem-humorado. "A comida é muito boa", acrescentou. "Gosto de beber vinho de vez em quando", completou, levando os repórteres às risadas.
"Por que vocês estão rindo?", perguntou o ator, que foi acusado pela ex-mulher Amber Heard, durante seu divórcio em 2016, de ter tido "problemas com as drogas e o álcool". Depp então ficou sério para afirmar que era "um grande sonho estar em Veneza", ainda mais "formidável" por estar na Mostra ao mesmo tempo em que Lily-Rose, sua filha com a cantora Vanessa Paradis.
Lily-Rose esteve em Veneza esta semana, fora de competição, para apresentar "O Rei", do australiano David Michôd, um filme da Netflix no qual ela atua com Timothée Chalamet.
"Ela poderia ter feito um monte de filmes que dariam muito dinheiro", mas "isso simplesmente não é ela", afirmou, elogiando "esta jovem mulher incrível, que se comporta com tanta dignidade, e as escolhas que ela fez". "Ela é impressionante", insistiu. "Ela e meu filho são meus amores", acrescentou.
Em "À espera dos bárbaros", do colombiano Ciro Guerra, adaptação do romance homônimo do escritor sul-africano J.M. Coetzee, o ator de 56 anos interpreta um coronel sádico, encarregado de vigiar os "bárbaros" que vivem perto da fronteira, em um Império sem nome.
Ele entra em conflito com o administrador de um forte desta região isolada (Mark Rylance), por divergir da crueldade de seus métodos de tortura. Johnny Depp defendeu seu personagem, afirmando que os "caras maus não se levantam pela manhã dizendo que serão terríveis e vão causar a pior devastação possível". Para ele, talvez haja uma "criança destroçada" por trás deste homem.
O diretor Ciro Guerra destacou que o filme, que trata do medo do estrangeiro e dos excessos do poder, é muito contemporâneo. "Conforme a filmagem avançava (...), parecia cada vez menos com uma alegoria e cada vez mais com o mundo de hoje", comentou.