Juliana Baroni, 38 anos, está completando 26 anos de carreira. A trajetória começou em em 1990, quando ela estreou na TV como paquita da Xuxa. Foram cinco anos na função, gravando programas, fazendo shows pelo Brasil e na América Latina, e dois filmes.
"Era uma histeria digna de Madonna e Michael Jackson, sabe? Chegávamos ao hotel e tinha cerca de mil pessoas nos esperando aos gritos", relembra ela, que saiu do posto decidida a se tornar atriz.
De lá para cá, foram 11 novelas em três emissoras diferentes, além de cinco peças de teatro e mais cinco filmes.
Em entrevista, a atriz relembra como tudo começou, aos 11 anos de idade - quando mandou uma cartinha para o "Programa da Xuxa" -, de como foi morar um mês com a loira e conviver com o piltoto Ayrton Senna e com as outras paquitas.
"A Andréa Sorvetão era a melhor. E Luciana Vendramini fez teste, mas nunca foi paquita", dispara ela.
Juliana se candidatou sozinha ao posto. "Era sonho de uma geração ser paquita. Um dia cheguei da escola e a vi na TV dizendo que ia abrir vaga para paquita paulista porque reclamavam que só tinha paquita carioca. Eu tinha 11 anos e isso era muito distante, mas era o sonho da minha geração", relembra ela, que pediu ao pai para levá-la aos Correios e enviou a carta com suas fotos em setembro de 1989.
"Em janeiro de 1990 me ligaram. Falaram que era da produção do programa. Fiquei muda. Passei o telefone do escritório da minha mãe e ela achou que fosse trote. Eu não contei a ela que tinha mandado a carta porque peguei as fotos mais bonitas do meu álbum", diverte-se Juliana, que foi até o Rio de Janeiro fazer um teste e venceu 1200 candidatas.
"Fiz o teste durante a gravação de três 'Programa da Xuxa' e no final do terceiro me anunciaram como paquita. Isso mudou a minha vida completamente", conta ela, que como morava em Limeira, no interior de São Paulo, ficou provisoriamente na casa de Xuxa durante um mês até seus pai se mudar para o Rio.
Xuxa e Ayrton Senna
"Parecia um conto de fadas. Em um final de semana Xuxa me perguntou se eu gostaria de ir para Angra dos Reis com ela. Aí fomos ela, o Ayrton Senna dirigindo o carro dela, que era uma Furglaine na época, um carro gigante. Eu olhava para aquilo, estava eu no banco de trás, o Senna dirigindo, a Xuxa do lado, o cachorro da Xuxa comigo....Era um sonho aquilo", relembra ela, que também morou um tempo com a também então paquita Letícia Spiller, com que mantém amizade até hoje.
A fase paquita de Juliana durou cinco anos. Seu apelido era Catuxa Jujuba e ela ficou conhecida por ser chorona. Em um dos vídeos que circula na internet, é possível ver Juliana cair do palco do programa e chorar sem deixar de cantar a música "É tão bom".
"Eu estava vivendo um conto de fadas e essa emoção transbordava, então eu chorava mesmo. Então olhar as paquitas, ver os atores e cantores que iam ao programa... Tudo isso era um universo muito inatingível e de repente eu estava vivendo aquilo", relembra ela.
Juliana também confirma a fama de durona de Marlene Mattos. "Ela era rígida, mas isso era bom. Aprendi muito. Lá que descobri que eu gostava de cantar e dançar. A gente fazia shows para 100 mil pessoas. E tinha os filmes que fiz também. Me disseram que eu tinha talento para ser atriz. Aí decidi na minha cabeça que ao deixar de ser paquita eu seria atriz."
Juliana lembra que cada paquita se destacava por algum motivo. "A Sorvetão era a melhor, ela era cogitada pra substituir Xuxa. Eu era a melhor para falar. Na Argentina eu virei a mais querida, até hoje tenho fãs dessa época de lá", diz ela, que coloca lenha na polêmica sobre Luciana Vendramini nunca ter sido paquita. "Nunca foi paquita. Ela fez teste, como eu. Só se na cabeça dela ela foi paquita por um dia, no dia do teste. mas ela nunca foi paquita. Você é o que você acredita, né? Acho ela linda, depois ela se tornou atriz, até uma boa atriz. Nada contra ela. Mas essa é uma história que não e verdadeira. Isso as paquitas que foram paquitas de verdade sabem."