Hugo Moura, casado com Deborah Secco, com quem tem Maria Flor, de 2 anos e 7 meses, surpreendeu durante ensaio para "Revista Quem". O intérprete de Robinho, em Segundo Sol, novela das nove da TV Globo, mostrou lado feminino e falou da relação com a esposa, fama, preconceito e carreira profissional.
“Eu vivo em uma casa com mais cinco mulheres. Sou eu, Deborah, Maria e mais três funcionárias. Seria impossível eu ser machista. A minha astróloga também diz que a minha parte feminina é muito forte. Eu sinto o meu lado feminino. Por isso que eu quis fazer esse ensaio. Quando a minha terapeuta veio falar que eu tinha o lado feminino muito forte, ela veio cheia de dedos. Eu falei: “Está tudo bem. Eu adoro que o meu lado feminino seja mais forte, exacerbado. Eu já sabia disso há muito tempo Sempre fui um cara um pouco mais sensível, um pouco menos encapsulado nesse estereotipo do machão. Eu nunca fui o machão. Eu nunca fui o cara que queria pegar todo mundo, beijar todas as bocas do Carnaval. Eu nunca fui o cara que não podia falar sobre fragilidade. Eu sempre fui um cara que falava do que eu estava sentindo, do que eu gostava, se eu estava reprimido ou não. Nunca fui o macho alfa do grupo. Lá em casa, a gente briga muito por isso, para que os adjetivos não sejam definidos como femininos ou masculinos. Existem homens que são sensíveis e existem mulheres que não são. Adjetivos são para pessoas e não para gênero.”
Combate ao preconceito
“Não acredito nessa coisa de falar sem querer. Nada é sem querer. Eu estava discutindo sobre um assunto esses dias lá em casa e uma pessoa questionou: ‘Então, agora eu não posso mais brincar com ninguém’. Eu disse: ‘Não. Você não pode brincar ofendendo ninguém’. Antes de falar algo, a pessoa tem que pensar se ela está magoando alguém com isso, se está diminuindo a pessoa. Se a resposta for sim, não fale. Não precisa pensar muito, é só não diminuir ninguém.”
Reviravolta na vida e carreira
“Eu me formei em engenharia civil e entreguei o diploma para minha mãe. Eu cheguei a atuar muito pouco na área, apenas três meses. Antes de eu me formar, eu bati o meu carro e fiquei quatro meses acamado. Tive uma lesão grave e eu sou um cara muito ativo, foi muito difícil ficar sem fazer nada. Mas foi elucidador. Eu vi que a vida é um sopro. A gente pode estar aqui hoje, mas não sabemos o que vai acontecer amanhã. Nunca achamos que uma tragédia pode acontecer, mas acontece. Eu tive a consciência de que se eu não arriscasse naquela hora, eu não ia arriscar nunca mais. Eu decidi que eu queria viver da arte. Não estava muito claro para mim em que sentido. Sempre toquei violão, fotografava, mas eu não tinha nada definido. Eu decidi vir para o Rio, porque eu tinha uma tia que morava aqui. Não fazia ideia do que eu podia fazer aqui quando cheguei. Comecei pedindo emprego em rádio só que não rolou. Minha tia me incentivou a modelar. Aí foi tudo muito rápido, comecei a fazer uns trabalhinhos com publicidade".