O espelho foi o primeiro público de MC Rebecca. Era através dele que a menina, na época com 7 anos, imaginava-se como uma diva da música internacional. O repertório era variado: às vezes, ela apostava no soul e encarnava Diana Ross; em outras ocasiões, Whitney Houston. Quando se juntava com as amigas, incorporava a spice girl Mel B. Mas se o objetivo era encantar o fãs imaginários, a mocinha se encarregava de incorporar Beyoncé ou Rihanna. Essas eram as grandes referências do pop da menina que cresceu no Morro São João, no Engenho Novo, na Zona Norte do Rio. As informações são do Extra.
— Isso que estou vivendo hoje é maravilhoso. Atualmente, quando olho para o lado, vejo muitas artistas brasileiras negras, assim como eu, brilhando no funk e no pop. Dá um orgulho... Na minha infância, além das artistas internacionais, sempre venerei Alcione, Elza Soares e Sandra de Sá — enumera a cantora, às vésperas do Dia da Consciência Negra: — O que comemoro é que minha filha e outras garotas terão mais referências da nossa nacionalidade, como Ludmilla, que cumpre muito bem esse papel.
Aliás, foi a própria Ludmilla a responsável por redirecionar a carreira de Rebecca, de 21 anos. Antes de estrear na música, em 2018, a carioca foi passista do Salgueiro por dez anos.
— Aos 18, engravidei da minha filha, Morena. Tive que me afastar do carnaval. No ano passado, Ludmilla, que é minha amiga, me presenteou com a música “Cai de boca”. Foi rápido. Em uma semana, já era sucesso nos bailes, e todo mundo estava cantando. Tive que correr atrás, estudar e me preparar para entrar com tudo na carreira musical — conta.
A caminhada até aqui tem sido vitoriosa. A cantora já ultrapassou a marca de 200 shows e lançou mais de dez músicas nas plataformas de streaming, que juntas somam 15 milhões de plays apenas no Spotify. Seu primeiro clipe, “Cai de boca”, acumula seis milhões de visualizações no YouTube, e o seu grande hit, “Ao som do 150” , chegou à marca de 20 milhões de visualizações.
Com fôlego total, em dezembro, a funkeira lança a música “Repara”, em parceria com Kevin O Chris e WC. Antes disso, no entanto, ainda esta semana, é a vez de “Combate”, parceria entre ela, Luísa Sonza, Lexa e Anitta. No clipe, cada uma tem o seu “bonde”, e elas se encontram num ringue. Mas, na vida real, Rebecca quer mesmo é apaziguar o desentendimento entre suas amigas Anitta e Ludmilla:
— Eu não me meto na briga dos outros, mas acho que elas têm que se resolver. O público acaba inflando essas coisas. Estamos vivendo um momento em que as mulheres precisam se unir. As duas me inspiram por serem mulheres que conseguiram reescrever suas realidades. Sei que não é só de brilho que a nossa carreira vive. Quando subo ao palco, levo comigo várias lutas. Sou negra, da favela, mulher, bissexual... Não quero confusão. Quero que meus fãs se olhem no espelho e falem: “Sou incrível e ninguém vai conseguir me diminuir!”.