Há cerca de um mês, Thábata Mendes vive uma estória como a de "Alice no País das Maravilhas". A moça, que desde os 9 anos aguardava uma chance de encontrar seu caminho musical, pode estar prestes a ter um final feliz após tantos percursos sinuosos.
Através de Chimbinha, a cantora está deixando o anonimato para ser lançada para a fama ao ocupar um posto que por 15 anos foi de Joelma, ex-mulher de Chimbinha. “Minha ficha ainda não caiu. E, sinceramente, espero que não caia, para que esse frio na barriga, essa sensação de estar me atirando no escuro não passe”, avalia a cantora de 28 anos.
Por enquanto a loura, alta, bonita e sensual está tateando no escuro em busca de uma identidade musical. Depois de passar pelos ritmos pop, axé e sertanejo, ela garante estar pronta para cantar merengue e calipso entre outros gêneros que integram seu repertório a partir de agora. “Sempre ouvi Calypso, cantava músicas da banda em shows meus”, conta Thábata: “Vamos fazer algo com uma roupagem nova mais a ver com a minha cara também”.
Há dez dias, a moça de Mossoró, no Rio Grande do Norte, viu sua rotina mudar e seu nome ser pulverizado. Já deu autógrafos e por onde passa é reconhecida. Ela passa o dia inteiro num estúdio alugado por Chimbinha, em Recife, e só sai de lá praticamente para dormir. “Já fizemos algumas gravações, cinco músicas até agora, e vem mais por aí. Não existe cansaço, fome, nada disso. O processo é demorado, mas é o que mais me motiva”, comemora.
A estreia dela nos palcos será em janeiro. Até lá, uma série de incertezas. “Ainda não sei onde vou morar, se aqui em Recife, Belém ou se posso ficar mesmo em Mossoró, onde nasci, que também é perto. Acho mesmo é que vou ficar viajando muito”, deduz ela, que precisa voltar para casa nos próximos dias: “Trouxe só uma malinha de roupas e não tenho mais nada limpo. Estou meio desprevenida”.
A única coisa da rotina anterior reincorporada ao novo dia a dia foi a academia. “Voltei aos treinos. Estava me fazendo falta”, diz Thábata, que até ganhar o apelido de Barbie em sua cidade tinha alcunhas bem menos elogiosas: “Todas aquelas que se referiam às magrelas. Eu era muito magra e conheci muito cedo esse universo fitness por conta de uma série de intolerâncias alimentares que eu tenho”.
Para se manter na linha, Thábata costuma levar marmitas para todos os lugares. “Mas aqui não estou conseguindo. Tem dia que até esqueço de comer e aí vai o que tem. Mas geralmente levo comigo pão integral, um ovo cozido, frango. Comida de marombeiro mesmo”, enumera a cantora, que garante não ser neurótica com dietas: “De vez em quando encaro uma buchada de bode”.
Criada numa família de posses — a mãe é empresária e o pai era executivo de banco —, Thábata trabalhava até então como administradora de uma rede de franquias: “Tenho bom tino empresarial, mas sou melhor cantora que executiva”, afirma. Avessa à baladas, católica praticante, Thábata não sabe se vai conseguir ir às missas todos os domingos: “Tenho que ver como vou fazer para me organizar. Sou muito devota de Nossa Senhora da Conceição, me apeguei a ela, carrego uma medalhinha dentro da bolsa para me trazer proteção”.