
O Ministério Público de São Paulo (MPSP) vai investigar a cantora Baby do Brasil e a casa noturna D-Edge após um culto evangélico dentro da boate, na última segunda-feira (10), quando a cantora pediu para as vítimas de abusos sexuais perdoarem seus abusadores.
Incitação e omissão
O MPSP vai analisar as possíveis ações criminosas que teriam ocorrido no culto religioso. A decisão foi protocolada pela deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que afirma que as falas da cantora foram criminosas e que a boate deve ser investigada por omissão.
A decisão foi protocolada nesta quarta-feira (12), e nela a parlamentar aponta que a cantora "flagrantemente cometeu incitação ao crime e condescendência criminosa" ao pedir que vítimas de abusos perdoem seus abusadores, "pois reforçou uma cultura de silenciamento e impunidade, incentivando que crimes de violência sexual fiquem sem a devida responsabilização e favorecendo aqueles que os cometeram".
Na ação, Sâmia afirma ainda que incentivar as vítimas a perdoarem seus abusadores "é parte da cultura do estupro que nos assola" e que o discurso feito por Baby é "inaceitável e criminoso".
ENTENDA A POLÊMICA
A cantora e pastora Baby do Brasil gerou controvérsia nas redes sociais após uma pregação realizada na casa de shows D-Edge. Durante o culto Frequência com Deus, ela fez um apelo para que as pessoas presentes no local perdoassem qualquer sentimento negativo que carregassem, incluindo situações de abuso e agressão.
“Perdoa tudo o que você tiver no seu coração aqui nesse lugar. Perdoa. Se teve abuso sexual, perdoa. Se foi da família, perdoa”, declarou Baby do Brasil.