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Padre Fábio de Melo sobre assédio: "Existe muita fixação"

'Tem pessoas que ficam acampadas na porta da minha casa', disse.

Uma das personalidades mais queridas pelo público, Padre Fábio de Melo concedeu entrevista para revista "Quem", onde falou sobre assédio, sucesso nas redes sociais, planos para o futuro e ainda revelou o que há por trás de suas frases na internet, como: “Se passar um morcego voando, já cato e sangro no dente de tanta fome que tô”, dita se  referindo ao pecado da gula.

O seu trabalho parece uma evolução dos padres carismáticos dos anos 2000, que faziam “show-missas” na TV. O senhor sabe como poucos utilizar a web para falar com os jovens. De que forma seguidores das redes sociais se refletem em fiéis para a Igreja Católica?
Olha, acredito que a mídia social me permite estabelecer vínculos inusitados. Tenho a oportunidade de falar com pessoas que nem sempre parariam para me ouvir como padre, é uma chance de falar com os diferentes. Por isso o formato que escolhi me comunicar nas minhas mídias é o mais leve. Acredito que assim me aproximo mais das pessoas.

Padre Fábio de Mel
Padre Fábio de Mel

E acha que consegue alcançar seus objetivos?
Percebo resultado positivo dessa proximidade, sim. Engraçado, hoje encontrei uma senhora e ela falou: “Desculpe, mas parece que eu o conheço, que sou sua amiga”. Isso é interessante! Noto que já existe uma cumplicidade, uma parceria estabelecida, que foi proporcionada pelas mídias sociais.

Quando surgiu o apelido “irmãs francisquinhas”, com o qual senhor se refere a suas seguidoras?
Brinco que elas são as delegadas francisquinhas, que fazem questão de fiscalizar minha vida. É uma brincadeira. Não me importo! 

O senhor entende que esse assédio é parte natural da exposição gerada pelo trabalho como cantor ou isso o chateia de alguma forma?
Olha, quando a curiosidade extrapola o que acho justo, aí coloco limites. O assédio é virtual, uma brincadeira, levo de boa. Não me incomoda. O que prezo é que, no trato pessoal, haja respeito. 

Que cuidados precisa ter no dia a dia? Recentemente houve o caso de um homem que tentou matar Ana Hickmann...
Tenho um agravante! O meu não é rede social, é presencial. Já experimentei e experimento algumas pessoas que estão em todos os meus shows, fazem questão de ficar nos mesmos hotéis, já tive que procurar a polícia. Representa um risco iminente, tenho que tomar providência. Existe muita fixação. E sou padre, não posso ficar blindado. Separar os loucos fanáticos das pessoas bem intencionadas, que querem apenas um encontro com o padre Fábio, é muito difícil.

Como é essa fixação?
Há de tudo! Tem pessoas que ficam acampadas na porta da minha casa, que querem comprar a casa ao lado... Particularmente não tenho medo, as pessoas que ficam comigo têm mais medo do que eu. Tenho uma regra de vida: só deixo cair no meu quintal a chuva boa. Se é uma chuva ácida, para que vou conviver? Tenho respeito muito grande por mim. O autorrespeito é essencial para ser quem eu sou. Se permito o desrespeito, eu corroboro.

Uma frase sua dita em um vídeo repercutiu muito na internet: “Se passar um morcego voando, já cato e sangro no dente de tanta fome que tô”.  O que o faz se entregar ao pecado da gula, padre?
(risos) E olha que nem sou guloso, é mais a linguagem do exagero mesmo. Nesse dia eu estava com muita fome! Mas respondendo a sua pergunta: tem um sorvete que é produzido só em Belém, se chama Cairu, mistura de tapioca e açaí. É um veneno (risos)!

Em outro vídeo, o senhor disse: “Tem gente que consegue ser efusiva às 6h da manhã. Não é fácil de lidar”. Pessoas eufóricas lhe causam ira? 
Euforia antes das 10h é difícil de lidar! Mas esses desabafos que eu tenho, ah... Fazem parte da vida (risos).