Gritos de dor
“Tenório fecha a porta do quartinho e passa a chave. Maria se arrasta até a porta, tentando espiar o que se passa lá dentro pelas frestas. Ela só consegue tentar reconstituir o que se passa lá pelos barulhos. Primeiro são barulhos de Alcides se debatendo e, aos poucos, ele começa a esganiçar. Dos berros dele e do terror que escorre os olhos de Maria… Os urros de dor e sofrimento de Alcides transbordam pela tapera e se espalham pela noite. A medida que a câmera se afasta seus gritos vão se dissipando até só se ouvir os sons da boca da noite. O que se passa naquela tapera, talvez, nós nunca iremos saber”, descreve Bruno Luperi em seu texto.