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Patrícia Abravanel pede desculpas após declarações na TV

Ela continua confundindo preconceito com opinião

Patrícia Abravanel expôs preconceito e desinformação ao falar sobre homossexualidade no Programa Silvio Santos. O resultado foi uma enxurrada de tuítes com a hashtag #AnormalÉTeuPreconceito. Depois da repercussão de suas declarações, a apresentadora usou seu Instagram para pedir desculpas nesta segunda-feira (9).

"Peço desculpa se ofendi alguém ontem no 'Jogo dos Pontinhos'. Dei apenas minha opinião, mas fui mal interpretada. Sou a favor do amor do respeito e da tolerância. Mais uma vez peço desculpas.”

Durante o programa, Patrícia declarou, entre outras coisas, que é preciso firmar aos jovens “que homem é homem e mulher é mulher”; que homossexualidade “não é uma coisa normal”; que “não é contra o homossexualismo [sic]” e sim contra “falar que é normal”.

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O pedido de desculpas da apresentadora pode ser honesto, mas não retrata as declarações feitas. O que Patrícia não entendeu é que opinião e preconceito são coisas totalmente diferentes. Falta informação em todos os pontos do discurso da apresentadora para que seu pensamento seja considerado uma opinião válida.

Isso porque:

1) Patrícia define seres humanos a partir do órgão sexual, confundindo gênero com orientação sexual;

2) Utiliza o termo em desuso homossexualismo para tratar da questão (quando o correto é homossexualidade);

3) Desrespeita todas as lésbicas que não precisam de um pênis para uma relação sexual completa.

É com base em discursos públicos vazios de informação, como o de Patrícia, que pessoas declaradamente homofóbicas se sentem livres para agredir e impedir a liberdade individual do outro. É esse tipo de declaração que está na base de números assustadores de LGBTfobia no Brasil.

De acordo com o Grupo Gay da Bahia, foram contabilizados 1.560 assassinatos de lésbicas, gays e bissexuais em todo o Brasil. Se somadas as denúncias reportadas ao poder público federal por meio do Disque 100 neste mesmo período, o número sobe para 8.099.

Esses LGBTs foram discriminados, agredidos e assassinados por pessoas que, como Patrícia Abravanel, consideravam o desejo por alguém do mesmo sexo como anormal.