Reynaldo Gianecchini desabafou sobre os desafios de viver uma Drag Queen no teatro. Ele admitiu que teve medo de fracassar e crises de pânico durante a preparação para o musical “Priscilla, Rainha do Deserto”. O ator tem que atuar 'montado', dançar e cantar em um salto quinze.
PRECISOU DE CORAGEM
Em uma entrevista ao canal da revista Wow, no YouTube, ele deu detalhes da preparação para viver esse personagem nos palcos. Reynaldo disse que, desde o início, teve pessoas contra ele, o que mexeu muito com seu emocional.
"O trabalho de ator requer muita coragem. É um desafio gigante, de você se fragilizar e vencer as suas limitações. Eu tive que lidar com muitos medos, quase um pânico mesmo, de fracassar, de não dar conta, de não ser bom o suficiente. Ainda mais que eu comecei e já tinha um barulho enorme de pessoas muito contra eu estar fazendo esse musical. Mexeu demais no meu emocional e na minha segurança. A minha sorte é que a minha coragem é maior que o medo. Porque eu quero vencer esse medo", disse ele.
LGBT+ NÃO O ACEITAM
Ele, que fez um ensaio ousado para uma revista, onde foi fotografado nu, escondendo o órgão sexual, como as drags costumam fazer, contou que essa peça mexeu com seu emocional e que parte da comunidade LGBTQIA+ cisma em não aceitá-lo.
"Essa peça, eu realmente fui muito fundo nas minhas questões de tudo: de me sentir aceito e acolhido num mundo do musical, que não é o meu, no mundo da comunidade LGBT, que uma parte dessa comunidade cisma em não me reconhecer", completou o ator.
PRESSÃO PARA SE ASSUMIR
O artista também abriu o jogo sobre sua sexualidade e disse que sofreu muita pressão para se assumir gay. "Fui muito tempo massacrado com a cobrança da minha sexualidade, falando: 'por que você não fala, não mostra'. E especulavam X, Y, Z da minha vida, quando eu era super quietinho e estava vivendo um casamento (com Marília Gabriela) que foi tão feliz e maravilhoso, e as pessoas cismavam que aquilo não era verdade. Enfim, não tenho que ficar falando sobre isso, não quero convencer ninguém, mas foi muito cruel essa especulação", desabafou.
"Quando eu terminei meu casamento, me vi solteiro, querendo começar uma nova realidade e entender melhor a minha sexualidade e aí estava todo mundo me oprimindo. E aí eu tive muita dificuldade de viver as minhas experiências com essa cobrança. Todo mundo tem o seu tempo para se entender. A gente não pode querer cobrar o tempo de ninguém. Cada um tem seu tempo, e eu respeito o tempo de todo mundo, e quero que respeitem o meu também", disse.