Rosiane Pinheiro, ex- Gang do Samba, revelou ter sido ‘escravizada’ na infância por sua ex-madrasta. Ela contou em uma entrevista a colunista Fábia Oliveira, que foi morar com seu pai e sua madrasta no Rio de Janeiro quando era criança, e enumerou os diversos abusos sofridos.
"Minha mãe me enviou para morar no Rio de Janeiro com meu pai e chegando lá, eu tinha uma madrasta. Ela tinha dois filhos que abusavam de mim e ninguém acreditava quando eu contava", contou em entrevista ao Metrópoles.
TORTURAS E MAUS TRATOS
A musa de 50 anos afirmou que relembra os episódios com muita tristeza, mas decidiu desabafar para ajudar na luta anti racista. "Eu gritava e ninguém me ajudava. Nesse mesmo lugar, a minha madrasta me fazia de escrava, ao ponto de queimar minha mão e minha língua com colher e ovo quente", continuou.
"É triste relembrar, mas é necessário! Ela esquentava a colher ou ovo no fogão e me amarrava pra me queimar, caso eu não fizesse algo que ela me mandou. Além de dar chutes e murros na minha cabeça, ela me fazia literalmente de escrava. É até difícil relatar, porque muito dessas coisas nunca externalizei", detalhou.
ABUSO NA INFÂNCIA
A história de Rosiane já começou bem difícil, ela revelou que precisou se mudar para morar com a família paterna após sofrer um abuso aos 6 anos, quando ainda morava com a mãe, em Salvador na Bahia. "Ela [a mãe] vendia doces, cigarros e bebidas em casa e um amigo e cliente dela, quando eu fui ao mercado, me arrastou pra um beco deserto, me bateu e tentou me abusar".
LUTA ANTIRRACISTA
Para ela, os áudios racistas de Ana Paula Padrão, vazados recentemente, foram uma espécie de gatilho. De acordo com ela, ao contar para seus familiares sobre o abuso, eles logo encontram uma ‘justificativa’, por isso a revolta ao ver Solange defendendo a apresentadora. “Daí eu gritei e minha tia veio tentar me salvar. Mas ele era forte e ela teve que gritar a rua toda pra vim alguém. O pessoal da rua foi bater nele. Quando fui contar, eu escutei da minha família ‘isso é normal, é porque sua pele chama atenção’, disse ela.
Além disso, ela também decidiu relembrar um episódio de racismo sofrido nos anos 90 quando ela ainda integrava o grupo ‘É o Tchan’. "Tinha pessoas que gerenciavam a minha carreira e a das meninas do É o Tchan, numa reunião com uma empresa. Eu saí pra ir no banheiro e, quando estava voltando, eu escutei ‘dá qualquer R$ 50 pra ela, porque ela é pobre e preta, não sabe nem o que é dinheiro. Qualquer micharia ela já vai ficar feliz’. São coisas absurdas que o racismo faz, é cruel", finalizou.