Com os últimos dois CDs lançados, a dupla baiana Simone e Simaria consagrou uma série de hits no mundo do "feminejo". O sucesso é marcado pelas letras que falam da "sofrência" feminina e rebatem o imaginário masculino, que dominou o ritmo por décadas. Conhecidas como "As coleguinhas", as duas se apresentam em Brasília neste sábado (6) e conversaram sobre carreira, feminismo e os próximos passos.
As irmãs contaram que as letras geram identificação entre as mulheres porque falam do cotidiano, e que “as mulheres sentiam falta de poder falar e expressar o que pensam através da música."
“Falo muito sobre o amor, a sofrência. Procuro levantar o astral das mulheres. Elas sofrem com o amor, mas depois passa e fica tudo lindo. O chifre, por exemplo, é bom porque é através dele que você vê que a pessoa que estava ao seu lado não vale nem um real. De qualquer forma a gente não pode deixar de acreditar no amor. Tem muita gente boa no mundo” disse Simaria.
Questionadas sobre a ascensão do feminejo – termo que também faz referência a artistas como Marília Mendonça, Maiara & Maraísa, Naiara Azevedo, entre outras –, as cantoras fazem questão de apontar as referências femininas que também brilharam em décadas passadas.
"As mulheres sempre tiveram seu espaço na música sertaneja. Temos grande nomes como Roberta Miranda, Irmãs Galvão, Paula Fernandes, que sempre fizeram muito sucesso. Mas, hoje em dia, o bom é que temos a força deste movimento. Várias duplas e artistas talentosíssimas juntas. Isso é ótimo. Quanto mais mulheres fizerem sucesso, melhor. Mais espaço vamos conquistando.”
Simone e Simaria começaram no forró e ganharam projeção nacional quando migraram para o sertanejo universitário. Apesar da mudança, elas dizem que adoram "fazer misturas musicais e 'passear' entre os ritmos".
Os sucessos mais recentes das Coleguinhas provam a tese. Em janeiro, a dupla lançou "Loka" com a cantora Anitta. No mês passado, a parceria com Naldo Benny gerou o single "Embaçar o vidro”.
“O público super aprova, é o caso de 'Loka', que é um reggaton misturado com sertanejo. Acreditamos que o artista tem que ter essa liberdade de criar e inovar entre os estilos. Isso é maravilhoso e o público é quem sai ganhando”, disse Simone.
Questionadas sobre os próximos passos da dupla, Simone e Simaria aproveitaram para revelar um sonho antigo e tranquilizar os fãs. Segundo elas, as chances de a dupla acabar e se converter em carreiras solo é nula.
"Nosso maior sonho é poder cantar com o rei Roberto Carlos. Somos fãs dele", afirmam. "Desde pequenas, quando tínhamos 6 aninhos, já formávamos uma dupla sertaneja. Uma completa a outra."