Tatiana Maranhão foi umas das sortudas que teve a chance de ser paquita no extinto Xou da Xuxa. Em 1987, ela tinha 10 anos quando vestiu a farda de ‘soldadinha’ pela primeira vez.
Hoje, aos 47 anos, ela trabalha como assessora de imprensa de Xuxa Meneghel. Junto com Ana Paula Guimarães, Tatiana é idealizadora do documentário "Pra sempre Paquitas", que estreia no dia 16 de setembro no Globoplay, e conta a trajetória das 28 'súditas' da Rainha dos Baixinhos.
''Na minha época, no início, ainda não éramos reconhecidas na rua, não tínhamos protagonismo. Eu não cheguei a mandar carta para tentar ser Paquita nem nada. Minha irmã cantava em um conjunto, nos anos 80, chamado Afrodite Se Quiser. E ela fazia programas como Chacrinha, Silvio Santos, Xou da Xuxa. Uma vez ela me levou, e, quando estava cantando, eu comecei a dançar lá na frente. Marlene Mattos (diretora) me chamou para fazer um teste. Naquela época, o que queríamos era estar com a Xuxa. Ser Paquita ainda não era uma profissão'', iniciou.
O documentário mostrará como era a vida das assistentes de palco e abordará temas como pressão estética e assédio nos bastidores do programa infantil.
Revirando o baú, essa história de 30 anos, às vezes eu paro e penso: "Como é que eu aturei tanta coisa? Eu não precisava". Minha família tinha uma estrutura, minha mãe nunca usou meu dinheiro. Eles guardavam tudo, foram muito especiais comigo. Com o dinheiro que ganhei como paquita, comprei um apartamento. Minha mãe sempre guardou tudo para mim.
Trabalhando com Xuxa há quase 20 anos, Maranhão conta que começou a se aproximar mais da mãe de Sasha durante a pandemia:
''As pessoas acham que, como paquitas, éramos muito amigas da Xuxa. Eu sou muito mais amiga dela hoje, porque a Xuxa sempre teve pessoas muito centralizadoras ao seu lado (...) Tínhamos um pouco de medo de chegar perto. Foi na pandemia que, de fato, a Xuxa resolveu não ter mais ninguém, não ter mais um empresário, cuidar mais da vida dela. E aí foi muito legal, porque ali descobri minha amiga. Descobri a amiga próxima que tenho hoje. Ela ficou mais acessível’’, finalizou.