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Um ano após morte de Catra, viúva diz que amigos artistas sumiram

Silvia Regina Alves agora empresaria o grupo Filhos de Catra. “Foi uma forma que encontramos de levar comida para casa”.

Um ano após a morte do cantor Wagner Domingues Costa, o Mr Catra, a família do funkeiro busca na música uma forma de se reerguer. As informações são da Revista Marie Clarie.

Silvia Regina Alves, viúva do funkeiro, assumiu o papel de "coluna" da família, que era do cantor. Hoje ela empresaria o grupo Filhos de Catra, formado inicialmente por Fernandinho, WL, Alandim e Kalyba. "Essa foi uma forma que encontramos de levar comida para casa", conta Silvia a Marie Claire. 

Catra morreu aos 49 anos no dia 9 de setembro de 2018 após complicações em decorrência do câncer no estômago, deixando 32 filhos. "Eu fui casada com o Catra por pelo menos 24 anos. E por todo esse tempo, por conta do número grande de filhos, eu nunca trabalhei, porque ficava em casa cuidando da família, dos filhos, e até ajudando o Catra a organizar a vida dele", lembra Silvia. "Isso sempre funcionou muito bem para a nossa família e fomos muito felizes por todos esses anos. E quando o Catra morreu, eu me vi muito sem chão", desabafa.

Em bate-papo com Marie Claire ela fala sobre as dificuldades e a saudade no primeiro ano em o músico, os projetos musicais e ajuda de Buchecha - que pagou a mudança da família para o Rio de Janeiro - e de Anitta, que escolheu uma música de Catra para sua parceria com a rapper americana Cardi B cujos lucros serão destinados à família do músico.

Silvia abre o coração e fala ainda sobre a possiblidade de um novo amor. "Não tenho parado para pensar nisso ainda. Mas o futuro pertence a Deus".

- Como foi esse primeiro ano sem o Catra?


Eu fui casada com o Catra por pelo menos 24 anos. E por todo esse tempo, por conta do número grande de filhos, eu nunca trabalhei, porque ficava em casa cuidando da família, dos filhos, e até ajudando o Catra a organizar a vida dele, os pagamentos que tinha que fazer, etc. Isso sempre funcionou muito bem para a nossa família e fomos muito felizes por todos esses anos. E quando o Catra morreu, eu me vi muito sem chão. Além da dor, que ainda é muito grande, me vi passando algumas dificuldades. Principalmente quando começamos a ver as contas chegando, sem ter como pagar. A gente morava numa casa grande em São Paulo, e tivemos que devolver a casa, para pagar essas dividas e não ter mais dores de cabeça. E ainda assim, contamos com a ajuda do Buchecha, que pagou nossa mudança de volta para o Rio de Janeiro.

- Quais principais mudanças aconteceram na sua vida desde a morte dele?


Mudou tudo. O Catra ela a coluna da nossa família. E uma casa que perde sua coluna abala as suas estruturas. Ele fazia questão de cuidar de tudo e todos.  E eu meio que assumi este papel hoje. Minha missão hoje é cuidar dos nossos filhos, porque era um sonho para ele ver todos encaminhados, brilhando em suas carreiras e não deixar que a memória dele se apague.

- Hoje em dia a saudade amenizou?


A saudade dele é uma coisa que nunca vai passar ou diminuir. Pelo contrário, ela aumenta a cada dia que levanto da cama e vejo que a partida dele não foi um sonho ruim, é ago real. Venho aprendendo lidar com essa dor e acredito que um dia possa ser mais fácil aceitar a ausência física dele, porque em nossos corações ele sempre estará. Mas a dor e a saúde sempre vai ficar com a gente. Só quem conhecia o Catra de verdade sabe o tamanho da falta que ele faz.

- Além do Buchecha, vocês contaram com a ajuda de amigos nesse período de lá pra cá?


O Catra era um cara que aparentemente era rodeado de amigos. Após a morte dele, dá para contar nos dedos da minha mão as pouquíssimas pessoas que nos procuraram. A grande parte daqueles que se diziam amigos do meu marido, nunca me deram nenhum telefonema.  O que me deixa muito triste. Muitos artistas, cantores e até amigos do dia a dia, que freqüentavam a nossa casa e faziam parte da nossa história, eu nunca mais vi.

- O que achou da iniciativa da Anitta?


Todo o meu respeito à Anitta. Ela poderia ter tomado outras atitudes e tinha várias opções. Mas foi além de simplesmente gravar uma música do Catra, estendendo também a sua mão a nossa família. Nós estamos muito felizes e muito gratos.

- Como surgiu a ideia dos Filhos de Catra?


O Catra sempre deu muitas oportunidades para todos os filhos, assim como fez com muitos outros artistas também. O Allandim, Fernandinho, Samuel e Wendel, que vão fazer parte do projeto, assim como outros, sempre fizeram participações nos shows do pai deles. E quando essa oportunidade surgiu, veio com a proposta de ser para quatro filhos. Então neste primeiro momento, colocamos eles. O que não quer dizer que os outros também não possam vir fazer parte em outro momento. Essa foi uma forma que encontramos de levar comida para casa. Então arregaçamos as mangas, e começamos a correr atrás de investidores e dos contratantes que já contratavam o Catra. Já temos, inclusive, uma gravadora interessada em fechar contrato com os meninos.

- Qual será sua participação na turnê?


Eu estou empresariando os meninos e participando de todos os passos da preparação deles.

- Quais são seus sonhos/metas daqui pra frente?


Meu maior sonho é conseguir dar continuidade ao trabalho e a história do Catra através dos nossos filhos. Ele sempre sonhou com isso, então realizar este sonho para ele é uma forma de me realizar também. Ver todos eles bem e felizes com suas escolhas.

- Você pensa em se casar novamente? Acredita em um novo amor?

A lembrança do Catra ainda é, e sempre será muito forte dentro de mim. Então não tenho parado para pensar nisso ainda. Mas o futuro pertence a Deus.