Formado em Rádio e TV pela USP, Rodrigo Faro está no show business desde os nove anos e acumula no currículo as funções de ator, cantor, garoto propaganda e comunicador, além da malícia para lidar com a mídia. Na semana em que completa um ano no ar aos domingos na Record, o apresentador de 41 anos falou com exclusividade sobre seu trabalho, o lado empresário e as semelhanças com o ídolo Silvio Santos.
Há duas semanas, no Troféu Imprensa, Rodrigo recebeu seu sexto prêmio e foi surpreendido por Silvio, que deu seu lugar no púlpito e pediu que ele apresentasse a atração. "Foi um momento inesquecível. Me emocionei e relembrei de toda a minha luta, quando ainda era um ator da Globo e tinha o sonho de ser um apresentador. Foi o dia profissional mais feliz da minha vida", confessou.
"É uma responsabilidade muito grande ser chamado ou ser cogitado para ser sucessor de um Silvio Santos. Substituto jamais, porque o Silvio é insubstituível (na Record, Faro foi substituto de Marcio Garcia e Gugu Liberato). Se as pessoas ligarem a TV para me ver e se acostumarem com isso, já estarei contente. Muitas pessoas comentaram sobre a simbologia desse ato. Estou a anos luz do Silvio, mas quem sabe um dia, talvez... Vamos deixar para o público e para ele decidir [risos]", comentou Rodrigo com ar de modéstia.
"Somos parecidos na quantidade de filhas também, estou na metade [ele é pai de Clara, Maria e Helena], mas chego lá [risos]. Estou buscando cada vez mais receber o amor e carinho que ele [Silvio] tem das pessoas. E tenho sentido isso nas ruas. Isso é o que busco ter em comum um dia", afirmou Faro, que reconhece ter tino para os negócios, assim como o dono do Baú.
À frente de mais de 20 produtos e com um faturamento acima de R$ 1 milhão apenas com merchans, Faro deve lançar em breve uma linha de óculos e contou não sofrer censura na emissora de Edir Macedo por divulgar sua fragrância Jequiti, outra marca de Silvio Santos.
"Só não posso distribuir meus perfumes para os artistas que vêm aqui na Record, mas quando vou ao SBT distribuo. Está vendendo para caramba, até o Silvio falou para mim. Falei: 'Eu sei, Silvio. A cada dois meses cai uma paulada na minha conta [sobre sua porcentagem nas vendas do produto]", contou Faro bem-humorado. "Gosto de vender, acho que sei vender. O segredo é olhar no olho e falar aquilo que acredito. Muitas vezes até mudo o texto."
Quando lançou a "Hora do Faro", Rodrigo sabia que não seria uma tarefa fácil, afinal, quando foi desafiado pela Record a mudar o "Melhor do Brasil" para outro dia da semana, para substituir o "Programa do Gugu", o apresentador perdeu audiência, foi derrotado diversas vezes pelo SBT e viu sua rotina de gravação mudar. Para superar isso, ganhou um novo diretor -- Ignácio Coqueiro, ex-Globo -- mudou o nome de sua atração e na época reconheceu: "A gente está buscando uma consistência". Passado esse período, o ex-Dominó comemora ao ver parte do plano concretizado.
"Nunca estarei no mesmo nível que os meus ídolos. Tenho apenas um ano de domingo e quem está nesse dia tem pelo menos 10 anos. Conseguimos a consistência, conseguimos diversificar o programa e colocar todo tipo de atração. Um programa de quatro horas e meia no domingo precisa ter emoção, alegria, matérias fortes, polêmicas, entretenimento, informação. Não pode ser só alegria. Porque a vida não é assim, e o programa de domingo reflete a vida. A minha marca é a alegria. Então, tento emprestar meu jeito de ser e apresentar a minha maneira, ainda que seja uma situação mais emocionante, mais forte. Superamos nossos objetivos", avaliou o apresentador, que tem mantido a vice-liderança no Ibope na disputa com a Eliana.
"É muito pouco tempo para as pessoas me receberem no domingo, ainda mais eu que vim do sábado, de uma maneira improvisada. Não tivemos tempo [falando em nome da equipe] de fazer esse programa, fizemos no ar. Olho para trás e vejo que valeu a pena. Isso aumenta a responsabilidade porque você começa a brigar pelo primeiro lugar", afirmou Faro, que trabalha cerca de 12 horas por dia.