O saxofonista e compositor Wayne Shorter morreu aos 89 anos, nesta quinta-feira (2), em um hospital de Los Angeles. Segundo o jornal The New York Times, a informação foi confirmada por seu assessor, Alisse Kingsley. A causa da morte não foi informada.
Um dos maiores saxofonistas de jazz de todos os tempos, Wayne Shorter recebeu onze estatuetas do Grammy e vários outros prêmios importantes.
O artista iniciou sua carreira musical na década de 1960. E ao longo de suas mais de seis décadas de trajetória como músico de jazz, teve passagens por grupos como Art Blakey's Jazz Messengers, Miles Davis's Second Great Quintet e Weather Report.
Nascido em Newark, ele também teve uma longa trajetória como solista e marcou sua história ao dar um novo contorno ao jazz moderno. Como compositor, assinou faixas como "E.S.P.", "Nefertiti", "Footprints", "Black Nile" e, mais recentemente, "Scout" e "Pegasus".
Além do jazz, o músico também trabalhou com nomes de outros estilos. Ao longo da carreira, gravou com Carlos Santana, Joni Mitchell, Steely Dan e The Rolling Stones. Fora da música, Shorter também é autor da história em quadrinhos "Other Worlds", que traz 58 páginas desenhadas à mão.
No álbum "Emanon", projeto lançado em 2018 e que conta com três discos, Shorter também incluiu outras histórias em quadrinhos escritas por ele em parceria com Monica Sly. A obra traz ilustrações de Randy DuBurke.
O "New York Times" já descreveu Shorter como um dos músicos em atividade com maior capacidade de improvisação. "Ele não é apenas um dos maiores compositores de jazz, mas também o anjo do esoterismo, um ancião iluminado e misterioso", definiu o jornal.
"Acho que a música abre portais e portas para setores desconhecidos nos quais é preciso coragem para entrar", disse ele, em uma entrevista publicada em seu site oficial. "Eu sempre acho que existe um potencial que todos nós temos, e podemos emergir, nos elevar a esse potencial, quando necessário. Temos que ser destemidos, corajosos e recorrer à sabedoria que pensamos não ter."
Em 2017, o artista foi homenageado com o Prêmio Polar, considerado o "Nobel da música". Segundo o júri, o artista foi premiado sua qualidade de "explorador musical", que ao longo de "uma carreira extraordinária, buscou constantemente novos caminhos que não haviam sido transitados".
"Sem as explorações musicais de Wayne Shorter, a música moderna não teria chegado tão fundo", destacou o júri, lembrando que o agraciado definiu uma vez seu trabalho como "uma perfuração em busca de sabedoria".