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Florence ganha Rock in Rio no grito com pose de "louca e feiticeira"

Ela correu descalça com vestido esvoaçante e pediu “sacrifícios humanos”. Cantora inglesa foi penúltima atração deste sábado (15) no festival.

A voz potente e o jeito teatral de Florence Welch comoveram grande parte do público no Palco Mundo neste sábado (14) no Rock in Rio. Correndo descalça com vestido ao vento, como se quisesse encarnar a "deusa, louca e feiticeira" da letra de Rick & Renner, Florence foi muito aplaudida.

O repertório de baladas superproduzidas do Florence and the Machine, dividido entre os discos "Lungs" (2009) e "Cerimonials" (2011), teve o auge esperado em "Dog days are over", no final. A fórmula dos inícios calmos e climáticos, que crescem com percussão forte e arroubos vocais, funcionou ao vivo. O show começou às 21h15 e durou uma hora e dez minutos.

Do vestido esvoaçante aos gestos, tudo é feito para criar um clima meio sobrenatural. Florence abre os braços e move as mãos trêmulas em direção ao público como se estivesse possuída ou lançasse passes de magia. Vira os olhos para cima e contorce o corpo, fingindo que está prestes a ser abduzida.

Ainda no início do show, o público ensaia um "Florence eu te amo". Ela coloca a mão no coração, fecha os olhos e treme o corpo junto das batidas de tambor, tal qual uma mãe de santo. Também corre de um lado ao outro do palco durante quase todo o show.

O som etéreo e as pausas para criar uma suposta tensão não agradam a todos. Antes da longa introdução de "You got the love", o telão mostra um garoto na plateia bocejando ao fundo. A reportagem flagrou outra boca aberta minutos depois. Mas a maioria se rende aos poderes de Florence. No meio desta música, alguns fãs soltam balões vermelhos ao ar.

Antes de "Raise it up", ela pede "sacrifícios humanos" ao público. A descrição exagerada dela era, no fim das contas, para que namorados carregassem garotas nas costas. No fim desta música, Florence desce e corre no corredor do meio da plateia. Ganhou duas coroas de flores e uma bandeira do Brasil.

Os teclados de "Shake it out" e a decoração do palco criam clima de culto religioso. O refrão em tom alto deram impressão de sessão de exorcismo - no bom sentido, para o público satisfeito no final.