Vinte anos atrás, em 22 de setembro de 1994, uma quinta-feira, ia ao ar pela rede americana NBC o primeiro episódio daquela que se tornaria a sitcom de uma geração. Friends, criação de David Crane e Marta Kauffman, começou de forma despretensiosa, com boa parte de seu elenco inseguro quanto ao futuro do seriado. Depois de dez anos, 236 episódios e quatro dezenas de indicações ao Emmy, o Oscar das séries, todas as dúvidas se dissiparam. A produção, que atingiu o prestígio máximo, alcançando 52,5 milhões de espectadores em seu último capítulo, em 6 de maio de 2004, entrou para a história e para a cultura urbana de boa parte do planeta.
Músicas da amalucada Phoebe (Lisa Kudrow), gestos à la Star Trek do nerd Ross (David Schwimmer) e o bordão-cantada do galanteador Joey (Matt LeBlanc), sem falar na mania de limpeza de Monica (Courteney Cox) e nos cortes de cabelo de Rachel (Jennifer Aniston, na época a namoradinha da América por ser par de Brad Pitt) influenciaram hábitos não apenas enquanto a série esteve no ar, mas ainda hoje o fazem.
E são, é possível dizer, o que de mais forte ficou do seriado, já que o elenco não conseguiu emplacar boa carreira depois de a sitcom sair do ar. Ao menos, os seis atores principais tinham um gordo pé-de-meia em que se apoiar, já que os cinco citados, mais Matthew Perry (Chandler), passaram a receber 1 milhão de dólares por episódio na nona temporada da série. Eles foram os primeiros atores da televisão a negociar em conjunto seus ordenados e pedir que fossem equivalentes, a partir do terceiro ano da série. Até então, os salários de cada um variavam, com valores começando em 20 000 dólares.