A garota trabalha na cal?ada, conhece um empres?rio de classe m?dia alta que contrata seus servi?os. Os dois come?am a sair com freq??ncia e, de repente, se apaixonam. Ele passa a sustent?-la, ela torna-se exclusiva e os dois vivem um romance de final duvidoso. Na novela da TV Globo ?Para?so tropical?, o drama vivido por Bebel (personagem interpretado pela atriz Camila Pitanga) e Olavo (interpretado por Wagner Moura), embora seja mostrado de forma glamourosa t?pica da fic??o, traz ? tona uma situa??o conhecida pelas profissionais da ?rea.
Nas cal?adas da Rua Augusta, na regi?o central de S?o Paulo, conhecida pela atividade noturna intensa, a vida real ri quando a reportagem do G1 se aproxima e pergunta sobre Bebel e Olavo. ?? comum, sim. Essa Bebel, n?? Agora todo mundo s? fala nela. Mas ? verdade. Eu mesma j? vivi isso?, afirma Camila (nome fict?cio). ?Na vida? h? oito dos seus 27 anos, a loira, de olhos verdes e 1,65m de altura, diz que a maior parte das prostitutas j? se apaixonou alguma vez por um cliente.
?Comigo aconteceu logo no come?o. Ele era rico, bonito, at? lembrava o Tiago Lacerda. Come?amos a sair e, depois de um tempo, ele pediu para que eu fosse exclusiva dele. Durante seis meses, ele pagou todas as minhas contas. Dava dinheiro para as minhas coisas. Dizia que me amava. A?, eu me apaixonei tamb?m?, lembra.
Paranaense morando h? oito meses em S?o Paulo, Camila fala que o relacionamento terminou porque ele era muito ciumento e j? estava se tornando violento. ?Fiquei assustada e acabei, mas sofri bastante com a separa??o?, fala, acrescentando que passou mais de um ano para se recuperar. ?Hoje, ? s? neg?cio. Ganho meu dinheiro. Foi com dinheiro da rua que paguei minha faculdade?, conta, afirmando que tem ?n?vel superior completo em jornalismo?, mas abandonou a profiss?o e atualmente ganha cerca de R$ 4 mil por m?s.
Paix?o do mesmo sexo
Mesmo com o frio de cerca de 15?C que fazia na regi?o da Augusta por volta das 21h30, Katy (nome fict?cio) espremia seus 65 kg, distribu?dos por 1,73 m de altura, em uma cal?a jeans justa e uma miniblusa que deixava mais da metade da barriga de fora. O casaco aberto protegia apenas parte das costas do frio. Desde 2005 fazendo programa, o travesti de 19 anos ainda se emociona quando se recorda do romance de tr?s meses que viveu com um empres?rio do ramo de pneus no come?o deste ano.
?Ele me pegou um dia aqui na Augusta. Gostou e voltou. A? come?amos a sair tr?s vezes por semana, e ele decidiu pagar um flat para mim ali na Herculano (em refer?ncia a Rua Herculano de Freitas).? Segundo ela, o homem de 40 anos pagava R$ 1.200 s? com as contas do flat e ainda pagava R$ 500 pela exclusividade.
Mesmo ele sendo casado, Katy conta que a paix?o s? n?o deu certo porque, da mesma forma que Camila, o ?namorado? passou a ficar violento. ?Ele tinha muito ci?me. Dizia que me amava e n?o queria me perder e a? ficava agressivo.? O travesti diz que realmente amou o cliente e acha que ainda sente algo por ele, mas n?o pensa em voltar. ?Semana passada ele esteve aqui. Parou o carro na minha frente e perguntou como eu estava. Disse que estava bem e ele foi embora.?
Nunca me apaixonei
Ela saiu de Ilh?us, na Bahia, sua terra natal, e veio para S?o Paulo h? 15 anos para ?ganhar a vida?. Mas diferente da personagem Bebel, sua conterr?nea, Sandra (nome fict?cio), que na capital paulista sempre foi garota de programa, diz nunca ter se apaixonado por cliente.
?Eu nunca gostei de nenhum deles. Sou profissional. Agora dois j? me amaram?, conta. Ela diz que com um deles chegou a viver por quatro anos. ?Ele pagava todas as minhas contas e ainda me dava entre R$ 800 e R$ 1 mil para minhas coisas. Como eu n?o sou de gastar, o que ganhei, juntei.?
Com seios turbinados ?naturalmente? (como faz quest?o de frisar), a morena de 33 anos, 52 kg e 1,75 m, recorda que, mesmo casado, o empres?rio a manteve de 1998 a 2001 ?com presentes e viagens?. ?Ele dizia que me amava, mas