Gustavo*, um jovem de Campinas (interior de São Paulo), diz ter sido discriminado durante uma entrevista de emprego para atendente de telemarketing. Ele, que estava em uma dinâmica de grupo com mais dez pessoas, foi desprezado por ser homossexual.
- Fui deixado de lado, deu para ver que era por isso. Não me davam atenção, todo mundo era ouvido e eu não. Só me perguntavam o mínimo necessário.
O caso aconteceu em 2007. O jovem afirma que de início não soube o que fazer diante dos dois assessores do RH (Recursos Humanos) da empresa, que o ignoravam durante a dinâmica. Não houve brincadeiras de mau gosto nem menção à sua sexualidade, mas mesmo assim "era claro" o preconceito, diz ele.
Quando a dinâmica de grupo foi chegando ao fim, Gustavo diz ter tomado a decisão de falar o que sentia.
- Falei para todos que estava sendo tratado de forma homofóbica e que se fosse chamado para a vaga não iria trabalhar na empresa.
Os assessores ficaram surpresos. Houve quem desse apoio a Gustavo entre os candidatos na dinâmica, mas a maioria foi indiferente ou ficou contra ele.
O rapaz, que atualmente está desempregado, é ligado ao grupo E-Jovem de Adolescentes Gays e Lésbicas de Campinas, que recentemente inaugurou a primeira escola para homossexuais do Brasil. Ele acredita que seu caso foi incomum.
- Pouca gente teria coragem de dizer o que eu falei, por isso é diferente.
O R7 tentou contato com a empresa de telemarketing, mas não obteve sucesso.