Centenas de pessoas foram às ruas nesta quarta-feira em Porto Príncipe para pedir trabalho, comida e segurança, constataram jornalistas da AFP.
Cerca de 300 pessoas se reuniram diante da prefeitura de Pétion-Ville, ao sudeste da capital haitiana, perto da praça Saint-Pierre, onde milhares de sobreviventes do terremoto armaram um acampamento.
"O governo haitiano não fez nada para nós. Não temos trabalho, nem comida", reclamou à AFP Sandrac Baptiste, que mora em uma das tendas montadas após o terremoto do dia 12 de janeiro.
Poucos policiais foram vistos no caminho dos manifestantes, e os raros presentes foram hostilizados pela multidão.
"Se a polícia atirar, vamos atear fogo", bradaram algumas pessoas.
"Não queremos jornalistas aqui", gritaram outras, dirigindo-se aos fotógrafos e repórteres presentes.
Vários tiros foram ouvidos na madrugada desta quarta-feira em Pétion-Ville, um subúrbio rico de Porto Príncipe.
Os jornalistas que continuam na capital começaram a perceber um início de hostilidade. Pelo menos um fotógrafo foi esfaqueado e roubado terça-feira no centro da cidade. Outra equipe de repórteres alojada em um hotel de Pétion-Ville notou um indivíduo perguntando pelos números de seus quartos.