Elas nunca estão satisfeitos com o corpo e tão pouco se veem como realmente são. Algumas se acham obesas, outras magras e sempre enxergam algo dissonante no corpo, que na realidade não existe.
Assim são as características das pessoas acometidas pelo dismorfismo corporal, síndrome que se caracteriza por uma preocupação excessiva com um defeito imaginário no próprio corpo. “Constantemente somos procurados por pacientes em perfeitas condições, mas que estão insatisfeitos com alguma coisa no corpo”, afirma o cirurgião plástico Múcio Leão Pessoa de Castro.
“Apesar dos benefícios da cirurgia plástica, é preciso avaliar as reais necessidades do paciente, a fim de detectar possíveis distúrbios psíquicos de autoaceitação”, diz. Segundo o profissional, o dismorfismo é tão sério quanto a anorexia ou a bulimia. “O paciente transforma pequenos defeitos, como uma pinta ou uma cicatriz, em algo monstruoso. Além disso, há aqueles que se acham feios, mesmo sem apresentarem nenhuma anormalidade estética.”, declara Múcio.
“E mesmo se submetendo a vários tipos de cirurgias, ainda não ficam satisfeitos com o resultado”. O dismorfismo corporal não é uma doença nova. Ela vem sendo diagnosticada desde 1987 e foi descrita pela primeira vez há meio século. Porém, muitas pessoas têm o distúrbio e não sabem. “Geralmente, o tratamento é feito com antidepressivos e terapias. Se não tratado, o paciente pode chegar ao suicídio”.