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Jovem sai ilesa após peça perfurar pescoço

Charbel Duarte contou que a adolescente deu entrada na unidade ainda durante a madrugada do dia 23

?Essa menina, ela deu muita sorte. Um centímetro podia ter mudado a história?. Assim Charbel Duarte, diretor-cirurgião do Hospital estadual Alberto Torres, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, se referiu a jovem de 15 anos que teve o pescoço perfurado pelo manete de uma motocicleta e foi salva por médicos da unidade quando deu entrada no local.

Segundo a Secretaria estadual de Saúde, a adolescente estava com um amigo na moto, quando se desequilibrou e caiu. Em seguida, ela foi atingida pelo veículo e o manete de freio perfurou o pescoço. Os bombeiros foram chamados e o equipamento precisou ser solto do resto da moto. A vítima foi levada para o hospital com a peça ainda no pescoço.



Charbel Duarte contou que a adolescente deu entrada na unidade ainda durante a madrugada do dia 23 de agosto, com um quadro de lesões no pescoço, na pele e nos músculos. Ainda de acordo com o diretor, ela foi levada para fazer exames imediatamente.

?Fizemos uma tomografia para saber qual seria a melhor intervenção para o caso. Também fizemos alguns exames de sangue e logo a levamos para a sala de cirurgia?, explicou o diretor. Ainda segundo ele, uma traqueostomia (abertura de um pequeno orifício na parte frontal do pescoço, abaixo do local da lesão) foi feita para que ela passasse a respirar pelo local, deixando em repouso a área afetada.

Jovem ficou uma semana no CTI

A cirurgia durou cerca de duas horas. De acordo com Charbel foram feitas diversas suturas nos pontos de lesões espalhados pela pele. ?Também colocamos uma sonda para que a menina pudesse receber alimento sem que este passasse pela área danificada, enquanto a mesma cicatrizava?, contou.

O diretor do hospital acredita que o que aconteceu foi um milagre. ?Se a perfuração fosse 1cm a frente atingiria a traqueia e ela morreria por asfixia. Se fosse 1 cm atrás, atingiria a coluna cervical. Foi uma coisa de Deus. Aconteceu exatamente onde podia acontecer?.

A jovem ficou sete dias internada no Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Alberto Torres. No quarto dia de pós-operatório, a traqueostomia foi retirada e ela evoluiu bem. A menina recebeu alta no dia 2 de setembro.

Mesmo com toda a gravidade do acidente, a adolescente não ficou com nenhuma sequela. Segundo o Dr. Charbel Duarte, ela inclusive já voltou ao hospital outras duas vezes para consultas de revisão. Ainda de acordo com o médico, uma nova consulta está marcada para a próxima semana.

Outros casos que surpreenderam os médicos no Rio

Em março do ano passado um homem foi atingido na cabeça por um arpão ao mergulhar na Ilha do Governador, no subúrbio. A vítima foi socorrida no Hospital de Saracuruna, na Baixada Fluminense.

Na ocasião ele passou por uma cirurgia e o neurocirurgião responsável, Manoel Moreira Filho, afirmou que o paciente teve a vida salva por milímetros. ?Se o arpão se desviasse só alguns milímetros teria afetado a visão e lesionado a carótida e o paciente teria morrido. Graças à imagem tridimensional, conseguimos precisar o local exato da cirurgia. Ainda serão necessários novos exames. Pode ser que ele tenha uma pequena perda do olfato, já que a trajetória do arpão foi muito próxima da fossa nasal?, calculou o neurocirurgião.

Também no ano passado, em julho, um pedreiro sofreu uma queda na laje da obra onde trabalhava e foi atingido na cabeça por um vergalhão. Assim como o mergulhador, ele também não sofreu lesões no cérebro.

O filho dele que viu o acidente ficou impressionado com a recuperação do pai. ?Eu estava mais nervoso do que ele. Ele estava tranquilo, veio de lá conversando na ambulância. Não sei nem como eu não desmaiei?, contou.