O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) aceitou a denúncia do Ministério Público contra Rafael de Souza Bussamra, que confessou ter atropelado o jovem Rafael Mascarenhas, filho da atriz Cissa Guimarães, no Túnel Acústico, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro. Além dele serão julgados ainda Roberto Martins Bussamra, pai de Rafael Bussamra, Guilherme de Souza Bussamra, irmão dele, e Gabriel Henrique de Sousa Ribeiro, com quem ele disputaria um "racha". A decisão foi do juiz do II Tribunal do Júri da Capital, Paulo de Oliveira Lanzelloti Baldez.
Rafael Bussamra, que dirigia o carro que atropelou e causou a morte do músico Rafael Mascarenhas na madrugada do dia 20 de julho vai responder por homicídio doloso (artigo 121, caput, do Código Penal), corrupção ativa, fuga do local do acidente sem prestar socorro, racha e fraude ao procedimento policial.
A denúncia do MP foi feita no dia 10 de setembro. Roberto Bussamra foi denunciado por corrupção ativa (duas vezes) e por tentar induzir autoridades ao erro. Guilherme foi denunciado apenas por este último crime, e Gabriel, por participação em corrida não autorizada.
Na denúncia, os promotores Marisa Paiva, Christiane Monnerat, Eduardo Rodrigues Campos e Cláudia Canto Condack afirmaram que Rafael e Gabriel colocaram em risco os funcionários que trabalhavam na manutenção do túnel Zuzu Angel, no sentido Gávea, quando fizeram um retorno irregular por uma passagem de emergência na disputa de um "racha" por volta de 1h30.
Ainda segundo a denúncia, na última curva antes da saída do Túnel Acústico, "Rafael de Souza Bussamra, assumindo o risco de forma livre e consciente, não desacelerou seu veículo, que trafegava a aproximadamente 100 km/h". Ele realizou uma ultrapassagem em alta velocidade pela direita e atropelou Mascarenhas, que andava de skate no local.
A denúncia disse ainda que o atropelador parou o veículo na saída do túnel e fugiu ao perceber que a vítima estava ferida e consciente. Ao ser abordado pelos Policiais Militares (PMs) Marcelo de Souza Bigon e Marcelo José Leal Martins, ambos denunciados pelo MP, o motorista negociou uma recompensa financeira de R$ 10 mil para que os PMs não adotassem os procedimentos legais.