Os dois principais eventos de moda do Brasil sinalizaram qual será a tendência mais forte do verão 2013/2014, no quesito textura de cabelo: o liso "glossy", aquele fio chapado, mas com naturalidade. Na passarela da São Paulo Fashion Week, a aposta foi das grifes Animale e Cori. No Fashion Rio, Maria Filó, Iódice, Coven e Sacada optaram pelo visual. E as marcas variaram no look, que estava em alta no verão passado e vem ganhando mais destaque. Teve modelo com madeixas divididas ao meio, na lateral, combinadas com um penteado semi-preso, etc. Nas últimas semanas de moda internacionais, o liso espelhado também teve vez e apareceu nas passarelas de Carolina Herrera, DSquared² e Jill Stuart.
"Esse é um visual moderno e sensual, com uma pegada fashion", afirma o cabeleireiro Sergio G, do Studio W Iguatemi, em São Paulo. Entretanto, não basta pegar a chapinha e sair passando com a expectativa de conseguir brilho e textura de dar inveja. Há alguns segredinhos para alcançar a beleza da passarela. "Para começar, é preciso entender que existe um processo a ser seguido", explica. Segundo Sergio, tudo começa na própria lavagem, com um xampu e condicionador ideal para cada tipo de cabelo. Indispensável, o leave-in com proteção térmica será o grande aliado - invista em um produto que também facilite o deslizamento da escova. Em seguida, seque e escove os fios, mantendo o secador em uma distância segura para não prejudicá-los. "O cabelo precisa ser muito bem modelado antes. Tem que ser bastante trabalhado para vir o brilho. Se a pessoa só secar, as escamas não se alinham, ficam arrepiadas", explica Sergio. Nesta etapa, o profissional aconselha utilizar escova com cerdas naturais, como a de javali, para conseguir um polimento perfeito.
Depois de todos esses passos, chega a hora da prancha. "As madeixas já estarão bastante brilhantes. A piastra só virá para finalizar mesmo, dar um toque final", diz Sergio. Neste momento, vale apostar em produtos de alta tecnologia. "Aqueles com turmalina liberam íons, promovem mais brilho e deixam os fios soltos e naturais", afirma. O cabeleireiro Marcos Proença, do Salão Marcos Proença, em São Paulo, avisa que não é necessário passar a prancha muitas vezes no mesmo lugar. "Os fios podem ficar ressecados e, em casos extremos, quebrados e até mesmo queimados", explica. Para completar, Proença indica a aplicação de um reparador de pontas.
Pulo do gato
Quem gosta da tendência com certeza quer fugir daquele visual sem movimento, de cabelo colado na cabeça ou com as pontas esticadas. Proença dá duas dicas. Uma delas é spray com efeito praia e amassar com as mãos as camadas de cima do cabelo para obter mais movimento. "A outra é usar bobes em dia de festa para dar um leve volume aos fios", instrui.
O cabeleireiro argentino Fredy Parra, do Retrô Hair, em São Paulo, ensina um truque simples e eficaz. "Após secar os fios, jogue a cabeça para baixo e passe a chapinha normalmente. Quando você voltar a posição normal, vai ver que ficou liso e com caimento natural, e não lambido", ensina. Há também a técnica chamada "Wrap Dry". "Você seca a raiz usando uma escova de base reta, enrolando os fios para um lado e para o outro. Depois, basta passar a chapinha no meio e pontas. O cabelo terá caimento e movimento", explica o cabeleireiro Miró Rodriguez, do salão Blend, em São Paulo.
Chapa amiga
As amantes do liso precisam estar atentas a mais um grande detalhe: a chapinha. Não adianta saber os truques, sem conhecer de fato o principal produto responsável pelo look. "Se não tomar cuidado, ele pode virar o seu inimigo", afirma Miró. Em primeiro lugar, sua prancha deve ter o selo do INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia). "Escolha aquelas com placa de cerâmica, pois elas garantem que a temperatura não ultrapasse o desejado e queime o cabelo", avisa.
A temperatura ideal, aliás, é um ponto importante. "As pessoas estão abusando. Não é porque a chapinha vem com regulador, que você deve programá-la para mais de 190 oC. Se o fizer, acabará torrando o fio", diz Fredy Parra. Segundo ele, apenas um profissional tem a habilidade para usar o equipamento acima desta temperatura. "Um cabeleireiro pode usar até 240 oC, mas com a finalidade de tratamento e não para alisar em casa", finaliza.