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Macabro, de Marcos Prado, é eleito o melhor no Brooklin Film Festival

O filme brasileiro MACABRO, dirigido por Marcos Prado (Estamira), ganhou o prêmio de Melhor Filme pelo juri popular no Brooklyn Film Festival, que esse ano aconteceu 100% online.

MACABRO é inspirado na história real de Ibraihim e Henrique de Oliveira, os “Irmãos Necrófilos”, que nos anos 90 foram acusados de brutais assassinatos de oito mulheres, um homem e uma criança, na Serra dos Órgãos, em Nova Friburgo, região serrana do Rio de Janeiro. O filme teve estreia nacional durante a 42a Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, foi exibido no Festival Internacional de Cinema do Rio e sua estreia internacionalmente foi na competição oficial do Festival de Austin no Texas e foi premiado como melhor filme, na categoria “Dark Matters” do Austin Film Festival. 

Os crimes narrados no filme foram amplamente noticiados na mídia nos anos 90, quando assassinatos em série cometidos por dois jovens irmãos negros, seguido de estupro, estavam acontecendo na região serrana, envoltos em lendas e histórias sobrenaturais, contadas pelos próprios moradores - uma comunidade de imigrantes suíços, extremamente religiosa e conservadora.  

A captura dos “Irmãos Necrófilos” foi uma das missões mais longas e difíceis da história do BOPE. O filme adota esse ponto de vista, ao acompanhar o sargento Teo (Renato Goés), um jovem policial que nasceu na região e passa por uma crise profissional e ética, quando é resignado para voltar à sua cidade natal na busca pelos suspeitos escondidos na Mata Atlântica. 

A ideia de fazer MACABRO surgiu em 2009, quando o diretor teve acesso a  detalhes sobre o caso. Nessa época Prado foi procurado pelo advogado de Henrique, um dos irmãos que se encontrava preso, alegando que ele havia sido condenado injustamente – que não haviam provas contra Henrique, e que ele não havia participado dos crimes com o irmão Ibrahim.  

Como ter certeza de que Henrique havia ou não participado dos crimes? Como construir uma narrativa em que deixasse essa suspeita sem solução? Quais seriam as motivações para esses crimes tão bárbaros? Porque a maioria dos crimes foram feminicídeos? “O que mais me chamou atenção nessa história, além das barbaridades dos crimes em série cometidos pelos ”irmãos necrófilos” e as lendas criadas pelos locais, é que talvez Henrique tenha sido condenado injustamente a 49 anos de prisão. Eram muitas perguntas sem respostas e uma porção de camadas a serem exploradas”, comenta Prado, diretor de “Paraísos Artificiais”, “Estamira” e “Curumim” e produtor dos filmes “Tropa de Elite 1 e 2”. 

O roteiro de MACABRO, escrito por Lucas Paraizo e Rita Gloria Curvo, é fruto de uma extensa pesquisa por parte dos roteiristas e do próprio diretor, em fóruns, processos, autos de julgamentos, entrevistas com moradores da região e com o próprio acusado, Henrique de Oliveira.  

MACABRO foi rodado numa região próxima onde os crimes aconteceram e que até hoje está na memória e no imaginário de quem vive naquela localidade. Mas, também fala sobre o racismo cotidiano de dois garotos, que viveram em um ambiente de constante violência doméstica, cresceram violentados, autossuficientes e que tiveram que aprender a viver na floresta, para fugir da bruta realidade a qual eram expostos dentro da própria família e da comunidade onde nasceram. 

SINOPSE 

Macabro é um longa-metragem de ficção baseado na história real dos “Irmãos Necrófilos”, dois jovens irmãos que nos anos 90 foram acusados de brutais assassinatos na Serra dos Órgãos. O thriller de suspense segue o sargento Teo em sua busca pelos suspeitos escondidos na Mata Atlântica. Enquanto a população, a imprensa e a polícia local condenam os irmãos, Teo percebe que um deles pode ser inocente e que a sociedade local revela um padrão histórico de abuso racial, tendo o racismo como uma realidade tão violenta quanto os crimes em série.  

FICHA TÉCNICA 

Diretor – Marcos Prado 

Produtores – Marcos Prado, João Queiroz Filho e Justine Otondo 

Produtores Associados – José Alvarenga Jr. e Rodrigo Pimentel 

Produtoras Executivas – Justine Otondo e Mariana Bentes 

Elenco - Renato Góes, Amanda Grimaldi, Guilherme Ferraz, Diego Francisco, Eduardo Tomaz, Juliana Schalch, Flávio Bauraqui, Paulo Reis, João Pydd, Claudia Assunção, Osvaldo Mil, Thelmo Fernandes  

Roteiristas – Lucas Paraizo e Rita Gloria Curvo 

Diretor de Fotografia – Azul Serra 

Montadores – Lucas Gonzaga e Quito Ribeiro 

Diretora de Arte – Ula Schliemann 

Figurinista – Ana Avelar 

Trilha Sonora Original – Plínio Profeta 

Editor de Som – Tomás Alem e Bernardo Uzeda