O currículo é extenso. Mais de dez namoros com jogadores de futebol, mantém contato com cerca de 100 na internet e sabe tudo da vida pessoal destes atletas. Mellissa Natsumy é dançarina de funk e, maria-chuteira assumida, revela que seu sonho é se casar com um jogador.
- Sou maria-chuteira. Eu vou parar de trabalhar, usar cartão de crédito, vou para o shopping, vai ser uma vida muito boa, uma vida de rainha - disse em entrevista ao "SporTV Repórter".
A dançarina, que sabe de cor a agenda de diversos atletas, dá dicas de como se vestir para conquistá-los.
Uma calça jeans bem justa aparecendo o corpo, a blusinha mostrando a barriga, é o tipo que eles gostam"
- Em um baile funk ou em um pagode, a minissaia, uma calça jeans bem justa aparecendo o corpo, o bumbum, a blusinha mostrando a barriga, é o tipo que eles gostam.
Paraense, ela foi tentar a vida em São Paulo e afirma que quase foi pedida em um casamento por um jogador "muito famoso", mas não revela qual.
- Já namorei do Palmeiras, do Inter, da nossa Seleção Brasileira, do Remo ? que é um time do Belém do Pará. Já peguei um do Remo e um do Payssandu. Ah, já dei uns times, fica chato falar todos, né? (risos)
Mellissa conhece todos os lugares frequentados pelos atletas e é avisada por amigos com antecedência. Para ela, a melhor qualidade dos jogadores são os diversos mimos que recebe.
- Eles não têm medida para te dar um presente. Se gostar de você, pelo menos nos meus relacionamentos, eles te dão presentes que você fica boba. Recebi um presente bem legal: um carro. Na época era um carrão, zero. Me mandou escolher e tudo. Perguntou qual carro eu achava mais bonito e que se eu tivesse dinheiro eu compraria. Joias, viagens, você tem uma vida de rainha. Você tem um namorado que tem dinheiro, que te leva para viagens, cruzeiro nas férias. Ele vai jogar, você fica nos melhores hotéis. Quem não quer uma vida dessas?
Maria-chuteira assumida, Mellissa não se importa com o que os outros falam dela.
- Eu nem ligo, eu sou e acabou. É como eu falo: tem mulher que gosta de advogado, gosta de médico, umas gostam de bandido. É defeito gostar de jogador? Eu não acho. Se der sorte, eu viro esposa. Eu quase fui.
A visão dos especialistas
Maurício Murad, coordenador do Núcleo de Sociologia do Futebol da Uerj, no Rio de Janeiro, se dedica a pensar na influência do futebol na sociedade. Ele explica que, pela adoração e por tudo o que um jogador representa no nosso país, ele acaba se tornando um fetiche aos olhos femininos.
- A mídia, especialmente a televisão, é uma espécie de oráculo contemporâneo. Então, as pessoas consultam esse oráculo para tomá-lo como referência. A imagem, o impacto dessa comunicação tão imediata e tão globalizada faz com que aqueles personagens que ocupam estes espaços tornem-se fetiches. E o futebol, por ser um dos maiores patrimônios da cultura coletiva brasileira, acaba projetando esse tipo de possibilidade. A vida do jogador de futebol é uma vida profissionalmente curta mas ela é grandiosa do ponto de vista mágico, mítico, das fantasias e dos desejos. E é tudo isso que define o fetiche.