Ela transita entre música e arte e, para falar de suas inspirações, usa humor afiado e muita inteligência. Algumas das características da atriz e cantora que ficam claras nas entrevistas para a nova edição de Criativa.
Marjorie Estiano encarna Manoela no folhetim A Vida da Gente (Globo, 18h25) e protagoniza nossa capa de dezembro em um editorial saído dos anos 60. Mais um papel para a curitibana de 29 anos que chega a sua terceira novela depois de passar pelo teatro em um turning point fundamental na carreira.
?Até então minhas personagens eram assexuadas. Faz parte da minha formação experimentar coisas novas, por isso era superinteressante fazer uma personagem com apelo sexual. Era um lugar desconfortável para mim, pois eu não me via como uma mulher sensual. E foi ótimo me colocar nesse lugar?, conta sobre o espetáculo A Luz Vermelha, no qual interpretou uma prostituta.
Nas fotos de Fábio Bartelt e na entrevista de Daniel Benevides, que recheia nossa revista, Marjorie mostra como pode ser múltipla. Além do sucesso como atriz, ela tem um DVD e dois álbuns em seu currículo. ?Quero cantar, fazer shows, realizar esse lado da música. Mas por enquanto não entrei a fundo?, diz. Porém, a segurança, que mostra nas canções e novelas, tem falhas como as de todo mundo.
Na adolescência, ela era reservada e só as aulas de teatro resolveram os impasses da época. "Tímida, tímida travada. Minha defesa era agredir, eu vivia brigando. Para mim ser o centro das atenções era a morte", conta Marjorie, que hoje convive com uma outra insegurança, quanto à própria aparência. Insegurança que, claro, não tem sentido, vide as fotos da capa de Criativa.
?Sou vaidosa numa medida saudável. Sofro só um pouquinho. Gosto de me sentir bonita, mas nem sempre me dedico a isso. Não tenho paciência. Já perguntei para a Alinne Moraes se existe um dia em que ela se olha no espelho e se acha horrível. Para mim, super existe! Mas quando eu me sinto linda, eu tenho de sair, não posso guardar isso em casa (risos)?.