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Estar na moda: monte um visual moderno com acessórios antigos

Como abotoaduras, suspensórios e gravatas borboleta podem ser recuperados com estilo e elegância

Estar na moda não é o mesmo que vestir apenas o que há de mais novo. Acessórios perdidos no fundo do armário ou naquela caixa antiga que herdou do avô podem criar figurinos originais sem deixar a impressão de visual de festa de épcoa. Itens como abotoaduras, clipes de gravatas e coletes recuperam a elegância do século passado em figurinos atuais.

Para a consultora de moda do Senac, Beth Salles, são tantas as possibilidades de usar esses itens de forma atual que se torna até uma injustiça chamá-los de ?acessórios antigos?. ?Prefiro dar o nome de acessório de época. Entenda-se, acessórios que carregam consigo uma história?, afirma. Por trás dessa noção está o princípio de que, se a peça é boa, jamais será obsoleta.

?Com a entrada das indústrias de peças prêt-à-porter no mercado brasileiro, o consumidor acabou caindo cada vez mais na busca pela facilidade?, diz o alfaiate João Carlos Camargo, dona da alfaiataria que leva seu sobrenome. Para ele, o apelo da facilidade fez o consumidor ?cair na simplicidade? e ?perder o gosto e a atenção pelos ricos detalhes?.

Como se tornaram menos frequentes ao longo dos últimos anos, esses acessórios acabam assumindo hoje o ponto de maior destaque em produções de moda. Por serem inusitados, chamam mais atenção e demonstram criatividade. Abotoaduras podem ser usadas em caseados de jaquetas jeans, na forma de bottons. A variedade de cores e motivos é ampla. A peça pode ser feita sob medida.

Uma forma de quebrar a formalidade da aboatoadura para usá-la com peças jeans é adotar os modelos em nó. Trazem revestimento em tecido no lugar de formas metálicas. Muitas delas são vendidas em conjuntos com gravatas e lenços feitos do mesmo tecido. Alguns modelos femininos são fabricados em capim dourado, o vegetal seco e rijo, com tonalidades alaranjadas e brilhantes.

Outro caso interessante envolve os já quase extintos suspensórios, que, ao longo das décadas, acabaram superados pelos cintos na nobre missão de segurar as calças e ?ceroulas? de seus donos. Beth sugere que sejam usados em cores escuras, sobre camisas de tons mais claros. Para mulheres, o colarinho da camisa pode estar aberto, deixando à mostra um pescoço repleto de colares de pérolas. Embora tenham origem eminentemente masculina, para Beth os suspensórios são capazes de ?conferir harmonia e feminilidade?.

A escolha de chapéus segue um raciocínio um pouco mais matemático. Convém levar em conta o formato do rosto. Segundo Camargo, ?não há erro maior do que vestir um chapéu que não é do seu tamanho?. Em termos de cores, o ideal é que possuam tonalidade semelhante àquela empregada nas outras peças. Para Beth, ?os chapéus femininos podem ser usados tanto em ambientes abertos quanto em fechados. A regra de não usá-los à mesa é tão atual hoje quanto há dois séculos.

Muitos restringem o uso de acessórios clássicos a ocasiões solenes por simples falta de hábito. É o que ocorre com o cada vez mais raro colete. Ao longo da história, a peça se associou ao smoking e a festas de gala. No entanto, seu uso é compatível com momentos menos formais e não precisa vir acompanhado de calças sociais e blazers.

Segundo Camargo, aqueles que buscam os acessórios clássicos são cada vez mais numerosos. Ele abriu sua alfaiataria em 2005. Oito anos depois seu público mudou. "Hoje são os clientes mais jovens que estão aderindo a esta idéia. A procura aumenta todos os dias?.

Quanto ao medo de parecer ridículo, ou mesmo anacrônico, o conselho dos consultores é o mesmo: olhe-se no espelho, defina seu estilo e assuma a peça que escolheu com segurança. Elegância tem mais relação com segurança do que com detalhes.


Monte um visual moderno com acessórios antigos

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