Nesta segunda-feira (23), a morte de Amy Winehouse completa um ano. Seu corpo foi encontrado em sua casa em Camden Town, norte de Londres. Um exame toxicológico concluiu que a cantora foi vítima de excesso de álcool e não havia consumido substâncias ilícitas.
As vendas de seus discos dispararam após sua morte. Na Grã-Bretanha, ela liderou as paradas com "Back to Black" (seu segundo disco, originalmente lançado em 2006) e com o disco póstumo "Lioness: Hidden Treasures".
Estima-se que, no mundo inteiro, Winehouse tenha vendido mais de 2 milhões de discos depois de morta - ou seja, um acréscimo de 10% ao total de vendas de sua carreira. O principal responsável por este resultado é "Lioness: Hidden Treasures", com vendas mundiais em torno de 1,5 milhão de cópias - um dos 30 álbuns mais vendidos do planeta nos últimos doze meses.
As vendas de "Back to Black" também impressionam. Quase um ano após a morte de Winehouse, o disco ainda está entre os 100 mais vendidos no Reino Unido. Nesta semana, subiu da 81ª para a 77ª posição. É o segundo álbum mais vendido do século 21 naquele país, atrás apenas de "21", de Adele - uma herdeira musical direta de Winehouse.
Mesmo assim, Winehouse não esteve entre celebridades mortas mais lucrativas do ano passado, segundo a revista Forbes. Em parte, porque o ranking foi de outubro de 2010 a outubro de 2011, portanto ela teve apenas pouco mais de dois meses para acumular rendimentos póstumos e não alcançou os R$ 12 milhões necessários para entrar na lista.
Neste ano, no entanto, ela deve entrar no ranking, especialmente por causa das vendas de "Lioness: Hidden Treasures". Mesmo assim, é praticamente impossível que ela alcance os dois primeiros colocados, Michael Jackson e Elvis Presley.
Os dois lucraram, respectivamente, R$ 340 milhões e R$ 110 milhões no ranking de 2011. Ambos, ao contrário de Winehouse, têm discografias extensas.
Também arrecadaram bastante dinheiro com licenciamento de canções para espetáculos do Cirque du Soleil, algo que não se encaixa com as músicas sofridas de Winehouse.
O dinheiro que a cantora deixou para sua família também não foi muito, se comparado com o sucesso de seus discos. Sua herança foi avaliada em R$ 12 milhões - o valor diminuiu para pouco menos de R$ 9 milhões após o pagamento de impostos. Como ela não havia feito um testamento, o dinheiro ficou com seus pais.
Por isso, não é de estranhar que mais lançamentos póstumos venham por aí. Nesta semana, mais uma gravação inédita da cantora chegou às lojas. Intitulada "Cherry Wine", a música está no novo disco do rapper Nas, "Life Is Good". O dueto foi gravado em 2008, na mesma sessão que gerou "Like Smoke", faixa já lançada em "Lioness: Hidden Treasures".
Segundo o pai da cantora, Mitch Winehouse, pelo menos mais um álbum póstumo deve sair. Em entrevista à rede britânica BBC, ele afirmou que ainda há muitas músicas inéditas do baú da filha. "Não sei exatamente quantas canções existem, mas tenho certeza que elas rendem pelo menos um disco, quem sabe dois", disse. "Mas a questão é que não queremos explorar ninguém. Não vamos lançar nenhuma porcaria."