Quem aderiu ao boicote contra Babilônia tem motivo para lamentar: a novela registrou um significativo crescimento de audiência esta semana.
Na quarta-feira (29), a trama marcou média de 29.4 pontos. Esse índice não era alcançado desde o terceiro capítulo, exibido em 18 de março.
Em sua pior fase de audiência, no começo de abril, o folhetim chegou a amargar apenas 20 pontos. Mudanças emergenciais no rumo dos personagens principais reverteram a crise.
As consequências da divulgação do vídeo de Beatriz (Gloria Pires) beijando seu motorista e amante Cristovão (Val Perré) e a tentativa de assassinato de Inês (Adriana Esteves) tiraram a novela da monotonia.
Babilônia é escrita por 10 roteiristas, sendo três autores principais — Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga — e sete colaboradores. Nos últimos dias, a equipe ganhou novo membro.
Silvio de Abreu, diretor do Núcleo de Dramaturgia Diária da Globo, cuja missão é supervisionar as novelas, colocou a mão na massa.
O experiente autor transformou 12 capítulos em 6, deixando a narrativa mais dinâmica e antecipando vários acontecimentos. Enquanto isso, a equipe seguiu produzindo novos episódios. A ordem é eliminar barrigas (cenas desimportantes, sem contribuição ao enredo) e investir em revelações e reviravoltas a cada semana.
A reedição dos capítulos fez a audiência subir instantaneamente, mas provocou um efeito colateral perigoso: a perda da frente de gravações.
Geralmente as cenas de uma novela são gravadas de 15 a 20 dias antes de irem ao ar. No caso de Babilônia, essa diferença entre a gravação e a exibição caiu para menos de uma semana nos núcleos de personagens que aparecem mais, como no caso de Alice (Sophie Charlotte) e Murilo (Bruno Gagliasso).
Esse aperto no cronograma faz com que os atores tenham menos tempo para estudar e ensaiar o texto, e pode atrapalhar a qualidade da edição dos capítulos, já que tudo precisa ser finalizado às pressas.
Houve melhora em outro aspecto do novelão da Globo: as cenas estão menos escuras. Antes, mal dava para ver a expressão facial dos atores. Porém, em várias sequências, continua o problema da imagem trepidante, feita com câmera na mão.
O telespectador mais sensível pode se sentir no auge de uma crise de labirintite.