Uma professora inglesa, de 25 anos, Harriet Jenkins, mostra com orgulho como a determinação a transformou numa outra mulher. Depois de 18 meses de total mudança de hábitos, alimentando-se de maneira saudável e fazendo exercícios, ela conseguiu perder metade de seu peso e hoje veste 10 números abaixo de seu figurino anterior. Ela chegou a pesar, no auge da obesidade, 168 kg. Em vez de biscoitos e doces, ela deu preferência a frutas, legumes e vegetais. A incrível história de Harriet foi publicada no site do jornal Daily Mail. O que torna a mudança mais surpreendente é que esse resultado não foi alcançado com a ajuda de uma cirurgia.
?Minha vida é completamente diferente agora. Conquistei coisas que jamais imaginaria possíveis, como meu sonho de me tornar professora. Não é só porque eu pareço outra pessoa e peso menos, mas também porque me sinto mais confiante e, finalmente, estou contente co0migo mesma. Estou tão orgulhosa de ter reassumido o controle sobre minha vida?Não acredito que me sentiria da mesma forma se tivesse me submetido a uma cirurgia para redução de estômago. Gostaria que todos soubessem que a cirurgia não é a única saída para quem precisa perder enorme quantidade de peso. Há 18 meses, eu pesava mais de 168 kg, estava desempregada, as pessoas me diziam coisas horríveis na rua. E minha família receava que eu acabasse morrendo prematuramente, jovem demais. Agora, acho que nada mais é impossível; e quero compartilhar esse sentimento com o maior número possível de pessoas?.
Os problemas de peso de Harriet sempre existiram. Desde criança ela lutava com a balança. Mas realmente começou a engordar muito depois que seu pai adoeceu de repente do fígado, em julho de 2002. Harriet ficava no hospital comendo chocolate. Continuava a comer em casa. Em vez de enfrentar a tristeza, acabou perdendo o controle sobre a comida. Piorou depois da morte do pai em 2003. É o que os ingleses chamam de ?confort eating?, quando você come demais para ter um sentimento de prazer, no lugar de um estresse ou um trauma psicológico. É uma forma de compensar. Ou de não pensar.
Harriet começou a estudar Francês numa universidade, mas ficava no seu quarto comendo sanduíche ou fast-food junto com uma garrafa de vinho. Formou-se, tentou um emprego, mas o tédio e a depressão a faziam submergir mais fundo na comida de maneira compulsiva. Foi então que amigos a levaram para um grupo chamado Slimming World, que ajuda obesos a se conscientizar de seu problema e, portanto, esforçar-se para emagrecer. O principal para ela é que, nesse grupo, ninguém a julgou nem a criticou nem a olhou com pena. Foi um alívio estar ao lado de pessoas que somente queriam ajudá-la.
Começou por uma revolução na alimentação. Trocou suas refeições gordurosas, fritas ou açucaradas, compradas prontas, por uma comida saudável e caseira, carne, peixe, frutas e legumes. Em um mês, suas roupas já estavam largas demais. Já vestia dois números abaixo. Pela primeira vez ela percebeu que controlava o que comia e não abusava mais nem de chocolates, vodkas ou coca-cola diet.
Foi então que comecou a se exercitar, caminhar, e se matriculou numa academia de ginástica. Hoje, ela corre regularmente. Ela perdeu 95 quilos no total.
?O mais importante, ao perder peso, foi provavelmente descobrir quem eu sou ? e poder perceber que gosto de mim de verdade?, disse Harriet, que hoje pesa 73 kg para uma altura de 1,72 m. ?Eu costumava evitar multidões porque me sentia incomodando as pessoas. No meu grupo de dieta, percebi pela primeira vez que, mesmo imensamente gorda, eu tinha um valor como ser humano?.
A confiança de Harriet aumentou. Confiança nela própria e no mundo. Fez amizades. Mas, disse ela, sua maior conquista foi conseguir ficar de pé, diante de uma sala de aula cheia de alunos. Enfim, uma professora.
Quando leio histórias assim, de superação, com final feliz, como a de Harriet no Mail online, penso em como tantos milhões de seres no mundo são hostilizados por seu peso. A sociedade olha não só com desprezo mas com um certo ódio para pessoas muito acima do peso. Como se elas não tivessem direito de existir. Casos como o de Harriet provam que não é necessário partir para uma cirurgia invasiva e agressiva para ter um peso normal e saudável. Já escutei muitas histórias de gordos que comem ainda mais e se tornam mais obesos para poder se candidatar a uma cirurgia de redução de estômago. A obesidade mórbida é uma doença ? física e psicológica. Como ajudar essas pessoas é um desafio, para a família e amigos. O maior desafio é dos próprios gordos: como eles podem ajudar a si mesmos.
O que você acha da história de Harriet? Conhece outras pessoas que poderiam mudar sua vida inspiradas nela? Ou apenas pouquíssimas pessoas obesas têm essa força de vontade?