O cardeal arcebispo émérito de Salvador, Dom Geraldo Majella Agnelo, vai participar pela segunda vez do conclave que irá escolher um novo Papa. Para ele, o novo pontífice será conservador e não deve promover grandes mudanças na Igreja Católica.
?Todo Papa tem que ter a parte conservadora. Nenhum Papa vai trazer grandes mudanças. O que vai modificar é algum aspecto da disciplina, mas isso é normal. O dogma não vai ser mudado", disse, entrevista.
Dom Geraldo vai viajar para Roma no próximo domingo (24) para participar da escolha do novo Papa, ainda sem data para marcada. Bento XVI anunciou a renúncia no dia 11 de fevereiro.
Nenhum Papa vai trazer grandes mudanças. O que vai modificar é algum aspecto da disciplina, mas isso é normal. O dogma não vai ser mudado."
Dom Geraldo Majella Agnelo
"Aquilo que Cristo deixou não pode ser mudado", diz ele. "Por exemplo, que o aborto vai ser encarado de modo diferente. Isso não pode acontecer?, afirma.
Dom Geraldo participou do conclave de 2005, que escolheu Joseph Ratzinger, o Papa Bento XVI. Para ele, esses anos que separam uma decisão da outra não trouxeram modificações na forma de realizar o processo. ?Espero que tudo ocorra bem. Não terá novidades. O Conclave executa exatamente o que está escrito nas normas para eleição de um Papa?, diz.
Para Dom Geraldo, Bento XVI deixa um legado positivo para a Igreja Católica. ?Tenho a maior veneração pelo Papa pelo seu pontificado curto, mas que deixa para a Igreja no mundo inteiro um testemunho de muita fidelidade ao cumprimento da sua missão?, afirma.
Os desafios do novo Papa, crê o cardeal arcebispo, deverão ser os mesmos enfrentados por Bento XVI. "Ele [o novo], naturalmente, vai assumir um pontificado sempre com novas desafios, sobretudo nos dias de hoje que as mudanças são rápidas. Mas não terá grandes novidades".
O Conclave
Ao todo, 116 cardeais devem participar da escolha do novo Papa, sendo que cinco deles são brasileiros. Além de Dom Geraldo Majella, os demais brasileiros concorrentes e votantes são o arcebispo de Aparecida (SP), cardeal Dom Raymundo Damasceno de Assis, de 76 anos; o arcebispo emérito de São Paulo, Dom Claudio Hummes, de 78 anos; Dom João Braz de Aviz, de 65; e o arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Pedro Scherer, de 63.