Os altos níveis de testosterona em executivos-chefes que estão negociando fusões e compras de empresas estão relacionados a uma alta taxa de negócios perdidos ou desfeitos e a um aumento nas tentativas hostis de aquisição de uma empresa, revelou um estudo do Instituto de Pesquisa Operacional e Ciências da Administração (INFORMS), da Alemanha, nesta quarta-feira (8).
Os pesquisadores encontraram uma forte associação entre o fato de os executivos-chefes serem jovens e sua taxa de afastamento de fusões e aquisições já começados, mostrando que esses executivos jovens apresentam um comportamento dominador.
O estudo mostrou que ?os participantes com alta testosterona tendem a rejeitar baixas ofertas, mesmo que elas sejam contra seus interesses?.
Segundo a pesquisa, os executivos mais jovens têm 4% mais chances de iniciar uma tentativa de compra de outra empresa do que os mais velhos. O estudo também revelou que a juventude relativa dos executivos aumenta sua tendência de se retirar de uma oferta de fusão ou compra em aproximadamente 20%.
Segundo os autores da pesquisa, o principal efeito do alto nível de testosterona ocorre em executivos-chefes que trabalham na companhia que pretende comprar outra, não nos que trabalham nas que podem ser compradas.
Mas os níveis de testosterona nos executivos que trabalham na empresa que é alvo de uma compra aumentaram muito quando sua recusa em continuar as negociações levou a uma tentativa de aquisição hostil.
O estudo foi realizado a partir de uma experiência, feita em 2007 com estudantes por Terence Burnham, da Universidade de Harvard.
No jogo de dois jogadores, cada equipe deve concordar em dividir uma quantia de dinheiro (no caso, sem valor) ou perder tudo. Nesse jogo, os homens com altos níveis de testosterona tendiam a rejeitar ofertas que achavam ser baixas.
Na experiência de Burnham, a saliva dos participantes foi esfregada para medir os níveis de testosterona.
A idade média dos executivos que faziam propostas de compra ou fusão era de 56 anos. Para o estudo, os autores classificaram como jovens os executivos com menos de 45 anos de idade.