Em 2000, os eleitores do Colorado legalizaram a venda de maconha para uso médico, com uma emenda à constituição. Hoje, em Boulder, cidade rica e de clima boêmio, que abriga a Universidade do Colorado, ela pode ser encontrada em mais de 50 lojas.
Do lado mais chique, há espaços como o The Green Room, com expresso bar, área para massagem e uma sala impecável em que o remédio é exposto. ?Nosso centro de tratamento alternativo é um dos pontos de venda mais exclusivos da maconha medicinal?, disse Sean Fey, um dos donos da The Green Room.
Muita coisa mudou desde os tempos da contracultura, e é disso que os comerciantes fazem questão. Querem que seus negócios sejam levados a sério mesmo que os nomes não tenham nada de farmacêutico.
Outra loja, a Dr. Reeefer, vende desde recheio para cigarro até pirulito. ?A dose é unitária, por isso recomendamos que se consuma uma por vez?, alerta a vendedora. É exatamente o mesmo produto vendido nas lojas mais exclusivas, mas ao contrário dos locais mais discretos, a Dr. Reefer se aproveita do passado maluco da erva e lucra com isso. ?Sou muito chamativo mesmo. Coloquei luz neon e tudo mais. Os políticos vão à loucura, mas este é o futuro: a legalização. Sou muito direto a respeito do que faço, para que as pessoas vejam que não rola nada ilegal dentro da loja?, disse Pierre Werner, dono da Dr. Reefer.
Mas a nova lei impede o funcionamento da Dr. Reefer em Boulder. ?Já fui preso três vezes e a Câmara do
Colorado aprovou uma lei que diz que um ex-detento não pode comercializar a maconha?, explicou Pierre, que passou 9 meses preso em Nevada por porte com intenção de venda e ainda pensa no que fazer. Além disso, sua loja fica a 15 metros da Universidade do Colorado, localização que a nova lei vai proibir no futuro.
Com a nova lei que está prestes a entrar em vigor, Pierre só tem uma opção: vender a loja. Porém, ele não se abala. Planeja mudar para outro estado onde as leis sejam mais flexíveis.