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'Vale Tudo' só tinha dois atores negros em 1988; relembre quem eram

Apesar do reconhecimento como um retrato do país, a trama não refletia a diversidade racial da população brasileira

Exibida originalmente em 1988, Vale Tudo é lembrada por abordar temas como ética e corrupção no Brasil da redemocratização. No entanto, a novela contava com apenas dois atores negros no elenco: Fernando Almeida, que interpretava Gildo, e Zeni Pereira, no papel da empregada Zezé.

Pouca diversidade na versão de 1988

Apesar do reconhecimento como um retrato do país, a trama não refletia a diversidade racial da população brasileira. Os únicos personagens negros tinham papéis secundários e estereotipados.

Gildo, vivido por Fernando Almeida, era um menino em situação de rua acolhido por Raquel (Regina Duarte) após roubá-la. O ator, que já havia se destacado na novela Livre Para Voar (1984), teve uma carreira marcada por altos e baixos. Nos anos 2000, perdeu espaço na TV e, em 2004, foi assassinado aos 29 anos em um ponto de ônibus no Rio de Janeiro.

Zezé, interpretada por Zeni Pereira, era a empregada doméstica na casa de Bartolomeu (Cláudio Corrêa e Castro). Sem um arco narrativo próprio, a personagem se resumia ao trabalho para a família do patrão. A atriz, que teve uma carreira de destaque no teatro e na TV, faleceu em 2002, aos 77 anos, vítima de um derrame cerebral.

Foto:Reprodução/Globo-Zeni Pereira interpretou Zezê

Mudanças no remake

Na nova versão, escrita por Manuela Dias, Gildo foi reformulado e será interpretado por Leticia Vieira. A autora explicou que a personagem seguirá tendo um envolvimento com Raquel, mas sua jornada será diferente:

 “Ela até rouba a primeira vez, mas aprende mais rápido”, disse em entrevista ao Splash.

Já Zezé não estará no remake. Manuela justificou a decisão ao afirmar que a personagem, na versão original, estava limitada a servir a família para a qual trabalhava.

A primeira versão de Vale Tudo foi escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères, com direção de Dennis Carvalho e Ricardo Waddington. O remake busca atualizar a história para refletir mudanças sociais e culturais ao longo das décadas.