Com o sucesso de Lea T. no mundo fashion e com a polêmica Ariadna do Big Brother Brasil, as transexuais estão em alta. Somado a isso está o sucesso de Nany People no teatro: uma das veteranas das purpurinadas está em cartaz no Rio, com a comédia Então... Deu no que Deu.
O espetáculo, em formato de stand-up comedy, é seu primeiro solo. Na peça, que está lotando o Teatro dos Grandes Atores, na Barra, Nany satiriza situações do cotidiano, suas experiências no reality-show A Fazenda, e trata das diferenças entre os universos masculino e feminino. "Na vida, qualquer forma de discurso, para ser pertinente, tem que ser bem-humorado. Então, por que não rimos de nós mesmos?", questiona.
Como vê o espaço para artistas da comunidade LGBT na TV, no teatro e no cinema?
Acredito que, mesmo com todo ranço estigmatizado do clichê, a comunidade LGBT tem se saído muito bem, obrigada. Dos folhetins aos reality shows, o assunto homoerótico está sendo debatido nas salas das casas brasileiras.
O que achou da participação da transex Ariadna no BBB?
Creio que o preconceito no caso da eliminação dela passou longe, acho que foi questão de empatia mesmo. Talvez o fato de ela não ter aberto o jogo desde o início tenha contribuído para a sua saída.
O que ficou da participação em A Fazenda?
Ficou a certeza de ter sido transparente no decorrer do jogo. E, a despeito de toda preocupação em como seria absorvida no convívio com os outros participantes e com o publico, fui muito bem recebida quando saí.
Como você se define sexualmente?
Sempre tive a cabeça de um transexual. E isso é claramente percebido para quem convive comigo. Nunca tive comportamento de gay, sempre pensei no feminino. Acredito que é uma questão de alma mesmo.
Você fez a cirurgia de mudança de sexo?
Sobre isso, costumo apenas dizer que existem questões que vão além de uma pseudolipo (risos). De nada adianta lipar o excesso aparente, fazer a cirurgia, se não limparmos a alma e a mente.
Você é casada? Como é a sua vida: tranquila ou feita de noitadas?
Sou solteira. Embora tenha me casado apenas uma vez, por quase sete anos, sempre fui namoradeira. Gosto de dançar, um bom papo com amigos e, mesmo com o espetáculo às onze da noite, ainda sobra tempo pra circular pelos restaurantes cariocas. Fica aí a dica.