A Vitrine Filmes lança dia 8 de julho a animação ‘Os Olhos de Cabul’, dirigida por Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévelle, nas plataformas: Net Now, Apple TV, YouTube Filmes, Vivo Play, Google Play e Sky Play. Após a suspensão dos lançamentos nas salas de cinema, essa é a primeira estreia da distribuidora realizada prioritariamente no ambiente digital. O lançamento, feito primeiro em parceria com o Cinema Virtual, plataforma de aluguel de filmes criada com o intuito de minimizar o impacto da COVID-19 no setor de exibição, chega agora as plataformas de TVOD (Transactional Video on Demand). Os valores da locação variam de acordo com a plataforma.
“Desde que os cinemas fecharam, em março, ficamos preocupados com as atividades do setor audiovisual. Poder lançar um filme com o selo de Cannes, como ‘Os Olhos de Cabul’, durante este período traz satisfação para a Vitrine. Estamos oferecendo para o nosso público uma animação de excelente qualidade, premiada em grandes festivais do mundo”, comenta Felipe Lopes, Diretor da distribuidora.
A animação, que teve sua estreia mundial no Festival de Cannes (2019), na mostra Un Certain Regard, e venceu o prêmio Gan Foundation Award for Distribution, no Festival de Cinema de Animação de Annecy (2019), narra a história de Zunaira e Mohsen, um casal jovem e apaixonado, que vive numa Cabul sob o regime do grupo radical islâmico Talibã. Apesar de toda a violência e miséria diária, eles alimentam a esperança de um futuro melhor. Ela, uma pintora liberal na arte e na personalidade, vê sua liberdade completamente retirada ao ter que se enquadrar às regras do regime. Ele, um professor universitário que foi obrigado a deixar seu cargo após a destruição da Universidade de Cabul, também sofre ao ser submetido às ordens machistas para manter-se dentro do esperado pela sociedade ao qual faz parte.
Paralelamente, o longa também acompanha a jornada de Atiq e Mussarat, um casal mais velho que se adaptou ao sistema como forma de sobrevivência. Ele é carcereiro de uma prisão destinada a mulheres condenadas à execução e aliado do Talibã. Apesar de questionar-se sobre as atitudes que toma, ele cede frequentemente à pressão do regime por medo. Mussarat, sua esposa, que está com uma doença terminal, luta entre manter-se viva, sustentar seu casamento e cumprir o papel de companheira submissa, estabelecido pelas regras do radicalismo.
O longa costura a história dos quatro personagens e traz à tona o quanto o regime político influencia a vida de todos, sem exceção. Dirigido por duas mulheres, as francesas Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec, a forma como a animação retrata a vida das afegãs e o machismo avassalador que as cerca é sutil e poderosa. O filme é uma adaptação do livro ‘As Andorinhas de Cabul’, de Yasmina Khadra.
Além do Festival de Cannes e do Festival de Cinema de Animação de Annecy, ambos na França, o longa foi exibido no Festival de Cinema de Valletta, em Malta (2019), onde ganhou o Audience Awards, e no Festival Freistadt, na Áustria (2019), vencendo como Melhor Filme. Por aqui, a animação foi exibida na 43ª Mostra Internacional de Cinema, no último Festival do Rio, e estava selecionada para o Festival Varilux de Cinema Francês deste ano, suspenso por conta da pandemia. Além do lançamento nas plataformas, a animação será disponibilizada para os exibidores de cinema de arte quando houver a reabertura do setor, dentro dos protocolos de segurança e bem-estar.
SINOPSE
Verão de 1998. Cabul, capital e maior cidade do Afeganistão, está sob a lei do Talibã. Zunaira e Mohsen são jovens e apaixonados. Apesar de toda a violência e a miséria diárias, eles alimentam a esperança de um futuro melhor. Um dia, um gesto impensado faz com que a vida dê uma guinada sem volta. O longa é uma adaptação do livro ‘As Andorinhas de Cabul’, de Yasmina Khadra.
FICHA TÉCNICA
O Olhos de Cabul, França, 2019. 81 min.
Título original: The Swallows of Kabul
Direção: Zabou Breitman e Eléa Gobbé-Mévellec
Roteiro e adaptação: Sébastien Tavel, Patricia Mortagne e Zabou Breitman
Direção de Arte: Eléa Gobbé-Mévellec
Música: Alexis Rault
Produção: Reginald de Guillebon, Stephan Roelants, Michel Merkt e Joëlle Bertossa
Direção de produção: Eléonore Arnal
Storyboard: Nicolas Pawlowski, Maïlys Vallade, Marietta Ren, Jérémie Balais e Stéphane Nedez
Direção de animação: Nils Robin e Nicolas Debray
Edição: Françoise Bernard
Som: Eric Devulder, Pascal Villard, Bertrand Boudaud e Eric Tisserand
Classificação: 14 anos
Distribuidora: Vitrine Filmes
Apoio de Distribuição: UniFrance
SOBRE AS DIRETORAS
Zabou Breitman - É atriz e diretora. Filha dos atores Jean-Claude Deret e Céline Léger, aos quatro anos de idade atuou em um dos episódios do programa de TV Thierry la Fronde, ao lado de seu pai. Estreou no cinema em 1982, onde interpretou muitos papéis cômicos. Nos anos 1990, trabalhou com cineastas como Diane Kurys (La Baule-Les-Pins, 1990), Coline Serreau (The Crisis, 1992), Philippe Lioret (Correspondence Required, 1997) e Pierre Jolivet (My Small Company, 1999). Em 2001, dirigiu seu primeiro longa-metragem, "Beautiful Memories", com Bernard Campan e Isabelle Carré. O filme foi premiado com 3 Césars, incluindo o melhor primeiro longa-metragem. Em paralelo, impulsionou uma carreira de sucesso como diretora de teatro, principalmente com "Winter under the table" (Molière du Metteur en Scène 2003), Roland Topor, Des Gens, uma adaptação do trabalho de Molière por Raymond Depardon e "La Compagnie des specters" (2010), de Lydie Salvayre. Atualmente, sua peça “logiquimperturbabledufou” está sendo apresentada no Theatre du Rond-Point.
Eléa Gobbé-Mévelle - Depois de se formar em Artes Aplicadas, Eléa Gobbé-Mévellec ingressou na Ecole des Gobelins, em 2003. Seus dois primeiros curtas, "Madame" (feitos durante seus estudos em 2006) e "Escale" (2010) foram selecionados para o Festival de Animação de Annecy. Além de seu trabalho como designer para TV e publicidade, já trabalhou como animadora em curtas-metragens como Bang Bang!, de Julien Bisaro, indicado no César Awards de 2015, e Smart Monkey, de Vincent Paronnaud (Winshluss) e Nicolas Pawlowski. Ela continuou sua carreira como animadora de personagens de filmes como: "Ernest e Célestine", "O Gato do Rabbi", "O Dia das Mulheres" e "Abril e o Mundo Extraordinário". Em 2016, colaborou como cartunista na série animada Lastman, uma adaptação da história em quadrinhos criada por Bastien Vivès, Balak e Michaël Sanlaville. "Os Olhos de Cabul" é seu primeiro longa como diretora.
SOBRE A VITRINE FILMES
Em nove anos, a Vitrine Filmes distribuiu mais de 150 filmes. Entre seus maiores sucessos estão "Aquarius", "O Som ao Redor", e “Bacurau” de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, longa que já alcançou mais de 750.000 espectadores, além de “A Vida Invisível”, de Karim Aïnouz, representante brasileiro do Oscar deste ano, "Hoje Eu Quero Voltar Sozinho", de Daniel Ribeiro, e “O Filme da Minha Vida”, de Selton Mello. Entre os documentários, a distribuidora lançou "Divinas Divas", dirigido por Leandra Leal e "O Processo", de Maria Augusta Ramos, que entrou para a lista dos 10 documentários mais vistos da história do cinema nacional. Em 2020, ano em que completa 10 anos, a Vitrine Filmes já lançou “O Farol”, de Robert Eggers, indicado ao Oscar de Melhor Fotografia e “Você Não Estava Aqui”, novo longa de Ken Loach. Também lançará “Três Verões”, de Sandra Kogut e o premiadíssimo “A Febre", de Maya Da-Rin.