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Homens modelam músculos no pole dance

Atividade ainda é novidade para os homens.

Geralmente praticado pelas mulheres e presente na fantasia dos homens, o pole dance virou esporte para os sarados. De sunga, com os músculos à mostra e abusando de tatuagens coloridas, os alunos não negam a aparência de gogoboys. No entanto, eles garantem que procuram a atividade para fortalecer o corpo e definir o abdôme e os bíceps. A socióloga e bailarina Vanessa Costa dá aulas de pole dance há quatro anos.

Ela explicou que a atividade surgiu na China e teve como primeiros adeptos os homens, mais precisamente, os artistas circenses. Segundo a professora, após anos, o pole dance foi difundido pelas boates e virou fetiche pelo mundo. No Brasil, as novelas ajudaram a atrair as mulheres às academias especializadas. Antes de encenarem a dança para os companheiros, elas precisam de muito preparo físico e disposição.

Subir e descer do poste pode significar uma perda de até 1600 calorias, além de alguns hematomas pelo corpo. “As aulas requerem muita disposição porque é uma prática que usa força e técnica. O contato das pernas com o aço cromado podem causar alguns roxos na pele, mas nada que uma base não possa disfarçar”, disse Vanessa. No Rio de Janeiro há alguns estúdios exclusivos para o pole dance.

Em uma academia na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade, o público que frequenta as aulas é eclético. De acordo com a professora da unidade, a idade dos alunos varia de 16 a 50 anos. A entrada dos homens nas aulas de pole dance é recente. E mesmo assim, as aulas são separadas, e contam com no máximo cinco pessoas. “As pessoas ainda veem o pole dance como uma dança íntima, então adotamos um esquema de aulas com até cinco alunos”, comenta Vanessa.

Praticante das aulas de pole dance há quase um mês, o modelo paulista Adam Piché, de 31 anos, diz que as aulas ajudam no condicionamento físico. Praticante de musculação e maratonas há 12 anos, ele conta que mesmo com o preparo físico de atleta, sentiu dificuldades nas primeiras aulas no poste.

“Percebi que essa aula trabalha muito com os músculos e sinto até algumas dores por conta desse esforço de subir e descer, além das acrobacias que exigem muita disposição. Eu saio das aulas suado como se tivesse corrido quilômetros. Nos dias que faço pole dance nem vou para a academia”, revelou o modelo. O dançarino de boate Fabrício “Zulu”entrou nas aulas por indicação de uma amiga. Ele conta que o pole dance pode ajudar no seu trabalho e despertar os olhares das mulheres.

“É uma coisa nova e até um diferencial o homem que faz pole dance, então, eu acho que isso pode contribuir no meu trabalho e nas minhas apresentações em casas noturnas”, disse o dançarino. O técnico em enfermagem Patrick SIlva, de 25 anos, vai mais além. Ele afirma que gostaria de praticar o pole dance como esporte.

“Acho que alguns exercícios que a gente faz na aula podem ser comparadas com ginástica olímpica. Temos que usar até o pó de magnésio para tirar a gordura do mastro e ajudar nos movimentos”, conta o rapaz. Em 2009, foi criada a Federação de Pole Dance no Brasil, que tem como um dos objetivos reconhecer a prática como um esporte olímpico.