A peça O Arquiteto e o Imperador da Assíria marca o amadurecimento da carreira de Paulinho Vilhena. Acostumado a papéis de bom moço ou surfista na TV, o ator de 30 anos assume seu personagem mais difícil na montagem do texto clássico do espanhol Fernando Arrabal. A peça estreia no Rio, na quinta-feira (8), no Teatro do Leblon, sala Tônia Carrero.
O figurino da peça, como disse o diretor Haroldo Costa Ferrari, é o corpo. Paulinho e o ator Beto Bellini ficam praticamente com uma cueca branca o tempo todo. Mas o diretor atiça as fãs de Paulinho.
- Tem ainda uma tentativa de nu total.
Paulinho, que foi flagrado como veio ao mundo enquanto trocava de roupa numa praia do Rio, em março deste ano, diz que a nudez não é tabu para ele.
- Não tenho pudores com o nu, mas nudez só mesmo no palco. Jamais aceitaria convite para posar nu numa revista.
O espetáculo se passa em uma ilha deserta. Lá, dois homens tentam conviver. Um é o Imperador, vivido por Beto Bellini, uma pessoa civilizada, que sobreviveu a um desastre aéreo. O outro é o Arquiteto, de Paulo Vilhena, que é mais primitivo. O Imperador se coloca na posição de soberano da ilha pelo simples fato de saber falar, ler e escrever. Supostamente mais inteligente, ele humilha o primitivo.
A primeira parte da preparação foi a aproximação dos atores. Bellini e Vilhena tinham de ser cúmplices, porém eles não se conheciam, apesar de ambos serem de Santos, litoral de São Paulo. Depois, segundo Vilhena, veio a preparação física, já que eles chegam a perder 3 kg em cena.
- Corremos muito, uns 10 km por dia, juntos. Fizemos natação, aprendemos flamenco e treinamos kempô, a ginástica natural que simula movimentos dos animais.