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Pedro Bial diz que nunca temeu sofrer cortes da TV Globo devido polêmicas do "Na Moral"

BIal disse também que não participa da escolha dos candidatos do Big Brother.

Jornalista e celebridade, Pedro Bial assume sua posição vulnerável diante de alguns temas espinhosos no "Na Moral", como a discussão sobre o trabalho dos paparazzi e a revolta do ator Pedro Cardoso. "Sou pedra e vidraça. Sofro as coisas que o Pedro sofre, mas também estou do outro lado". Ele garante que em momento algum temeu que a Globo fizesse cortes no programa. Nesta entrevista, Bial conta também que faz questão de não participar das seleções para o "Big Brother Brasil". "Quero me surpreender e ter um olhar fresco e imparcial". O comandante da nave "BBB" diz que o mais difícil para os brothers na casa é ser fiel a si mesmo. "Parece fácil, mas não é", diz Bial.

Quando é que começa, efetivamente, o trabalho para o "Big Brother Brasil"?

É bem em cima mesmo. No final de dezembro. E atravessa o Ano Novo.

Você participa da escolha dos integrantes?

Não, não...

Nem assistindo?

Não. Só depois que o elenco está definido é que eu vou assistir. Até porque eu quero me surpreender como o espectador e ter um olhar fresco e imparcial.

Existe um perfil desejado para cada edição? Por exemplo: "Ah, esse ano vamos querer três gays ou... vamos querer uma senhora de 48 anos"?

Eu acho que o que a gente sempre procura é uma diversidade para que cada espectador possa se identificar com um ou outro. O que a gente quer é uma amostra da nossa fauna social.

E se você pudesse sugerir um perfil de personagem do "BBB" que nunca tenha ido à casa?

Eu acho que alguém que fosse honesto consigo mesmo e fiel à sua própria singularidade. É o que muitas vezes as pessoas que querem entrar no "BBB" falam: "Eu quero entrar porque eu vou ser eu mesmo". Parece simples, mas a verdade é que não é tão fácil ser você mesmo dentro da casa, convivendo com pessoas diferentes.

O "Na Moral" sai do ar na época do "Big Brother"?

Sim. E, se tudo der certo, a gente volta com força total no ano que vem.

A repercussão do programa te surpreendeu ou você já esperava que os temas abordados fossem gerar discussões no dia seguinte?

A gente nunca imagina, mas a gente desejava isso. O trabalho foi duro, com muita ênfase em pesquisa e reportagem para poder tratar de assuntos nem sempre tão leves. Acho que este ano está sendo um ano de colheita para mim.

O "Na Moral" é muito editado, não é? Quantas horas vocês gravam?

A gente não grava muito, não. É, no máximo, dois para um. Ou seja, em torno de 50 minutos para um programa que dura cerca de 35 minutos.

E, justamente por ter essa grande repercussão, o programa não merecia ser maior?

Não. Acho que é a duração dos programas, em geral.

A edição sobre invasão de privacidade foi a mais comentada. A sua cara quando o fotógrafo Felipe Panfili disse que a principal cliente dos paparazzi é a própria Globo...

Não sei da minha cara, só achei bom que poderíamos falar daquilo ali. Falar das próprias contradições é o grande atrativo do "Na Moral". E aquele programa teve uma enorme contribuição do Pedro Cardoso. Ele fez um desabafo em frente às câmeras.

Exagerado?

Acho que não. Cada um precisa do que precisa.

E você ficou de que lado ali na discussão?

Tenho que ser pendular. Eu sou jornalista e essa é uma condição da qual você não se liberta nunca. Mas sou pedra e vidraça. Sofro as coisas que o Pedro sofre; mas também estou do outro lado e às vezes sou acusado das coisas que o Felipe Panfili é acusado. Estou nos dois lados em momentos distintos.

Em algum momento você pensou que aquela declaração (do Panfili) poderia ser cortada?

Em momento algum.

É total a liberdade de pensamento?

É liberdade de expressão. É por isso que nós lutamos.