Vivendo um período de grandes mudanças, com o lançamento do seu primeiro CD gospel - "A Minha Vida Mudou" - e a expectativa pela chegada da segunda filha, a cantora Perlla falou um pouco mais das transformações pelas quais vem passando desde que se converteu à religião evangélica e se tornou mãe.
"Pensei em largar tudo"
Casada com o músico Cássio Castilhol, Perlla afirma que hoje é uma pessoa feliz, mas relembra que passou por momentos difícieis durante sua carreira como funkeira. "Muitas vezes eu pensei em largar tudo e até mesmo me matar. Eu estava chorando nos bastidores e ouvia que tinha que entrar no palco sorrindo porque os fãs não pagaram pra me ver chorando", revela Perlla, que se identificou com a recente declaração do sertanejo Gusttavo Lima durante um show (em que o cantor sugeriu que pensava em abandonar a carreira). "Eu vi o vídeo e sei muito bem o que ele está passando. É muito difícil fazer uma coisa que você não quer continuar fazendo", avalia ela.
O custo da mudança
Ainda se establizando financeiramente após a mudança de estilo musical, a cantora contou que teve prejuízos ao abandonar a carreira de funkeira.
"Eu tinha um custo de vida muito alto e achava que podia conciliar a igreja com o funk. Só depois percebi que as coisas de Deus são diferentes. Morava em uma casa de R$800 mil, tinha carro de R$120 mil...eu ganhava em uma noite de show cerca de R$15 mil. Deixei pra trás um CD pronto, que teve participação de outros artistas. Nessa nova fase, cheguei a passar o mês com R$500. Ainda não estabilizamos, mas estamos caminhando", admite ela.
À espera de Pietra
Cerca de cinco meses após se casar com Cassio, Perlla engravidou de seu filha Pérola - atualmente com 1 ano. Agora, a cantora se prepara para aumentar a família com a chegada de Pietra, prevista para nascer em maio.
"A minha primeira gestação foi bem planejada, mesmo sendo pouco tempo depois de casada. Eu e Cassio nos programamos para isso. Mas a Pietra já veio como um susto. Esse ano pensamos em fazer a cerimonia religiosa do nosso casamento, mas com a gravidez tivemos que adiar", conta Perlla, que só descobriu a gestação aos quatro meses.
"A minha sogra me alertou dizendo que eu estava grávida, mas não dei muita bola. Como eu descobri que tinha mioma e ainda tomava rémedio específico para amamentação, nunca imaginei que meu mau estar seria gravidez", relembra.
Maternidade muda tudo
A maternidade mudou não apenas a vida da cantora como a do casal. Com a chegada de Pérola, Perlla conta que tudo ficou diferente."Depois que a gente se torna mãe, tudo é em função dos filhos. A chegada da Pérola ajudou em muitas coisas. Agora a gente conversa mais, pensa mil vezes antes de discutir sobre determinadas coisas, fica atento ao tom de voz. Filhos mudam tudo e muito", diz Perlla, que já está ansiosa pela chegada da segunda filha.
"É normal com qualquer mulher grávida. Fico ansiosa, mas como estou trabalhando muito, acabo não tendo tempo para ficar pensando. Eu estava com a divulgação do meu CD em andamento quando descobri a Pietra. Trabalhei muito esses últimos meses, como muita mulher faz. Minha mãe era doméstica e trabalhou fazendo faxina até eu nascer".
Sentindo muito enjôo mas em ótima forma, a cantora chamou atenção ao chegar no ensaio vestindo uma calça jeans aos oito meses de gestação e revelar que o casal pretende ter mais filhos.
"Pelo marido, eu tenho mais um. A gente achou melhor não fechar a fábrica e esperar mais pra frente ter outro bebê. Eu continuo usando as minhas roupas. Na primeira gravidez engordei muito, 16Kg. Dessa vez eu enjoei mais e comi bem menos. Engordei só 9Kg, mas tem que contar com os exercícios que faço em cuidar da Pérola. Não temos babá. Somos só eu e Cassio. Só depois que ela completou 6 meses é que passei a deixá-la com a minha sogra quando tenho evento nas igrejas.", conta Perlla, que voltou a ter o desejo da primeira gravidez: "Como gelo sempre".
Superando preconceitos
A volta de Perlla para igreja teve grande contribuição do marido. "Ele foi um canal de fato. Antes de conhecer ele, eu não queria nada com a igreja. Com o tempo, e depois de muitos convites dele para ir ao culto, é que aceitei".
Como era cantora de funk, ela admite que encarou muito preconceito ao se tornar evangélica. "Sofri por preconceito como também acontece fora no universo gospel. Quantas vezes já vimos um cantor de funk querer cantar axé e ser visto com maus olhos... No início, as pessoas não aceitavam uma cantora gospel vinda do funk. Alguns fãs acompanharam e outros não. Na verdade, eu tinha um público GLS bem grande, pois cantava "Totalmente Demais" e eles se indentificavam. Alguns logo depois que anunciei a minha conversão queriam criar caso nas redes sociais mas, como não sou de bater boca, ignorei"